Obedecendo a script anunciado na segunda-feira, o presidente do Diretório Estadual do PT no Distrito Federal (DF), Chico Vigilante, protocolou hoje, na Câmara Legislativa do DF, pedido de impeachment contra o governador José Roberto Arruda (DEM). Até o momento, seis pedidos para destituir Arruda do cargo já foram registrados na Mesa Diretora da Casa.
Além do PT, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) no DF também ingressou com outro pedido de impeachment contra o governador. O governador é apontado pela Polícia Federal (PF) como um dos articuladores de esquema de arrecadação e distribuição de propina a membros da base aliada de seu governo, ação investigada pela Operação Caixa de Pandora, deflagrada na última sexta-feira.
O presidente do PT-DF deu entrada do pedido por volta das 15h20, acompanhado por parlamentares da bancada da legenda na Câmara Legislativa. A líder do partido na Casa, deputada Erika Kokay, já havia anunciado que a bancada iria protocolar um pedido, mas a assessoria jurídica do PT atentou ao fato de que, caso a proposta de impeachment fosse feita em nome dos parlamentares, posteriormente eles seriam impedidos de votar durante o processo.
A oposição a Arruda na Casa é formada por apenas seis dos 24 parlamentares distritais: quatro do PT e dois ligados ao ex-governador Joaquim Roriz (PSC): Jaqueline Roriz (PMN) e Rubens César Brunelli Júnior (PSC).
Na manhã de hoje, a Câmara Legislativa recebeu dois pedidos de abertura de investigação contra o governador: um protocolado pelo PSOL e outro pela Ordem dos Ministros Evangélicos do Gama. Ontem, foram ingressados dois outros pedidos de impeachment, apresentados pelos advogados Evilásio Viana dos Santos e Anderson Siqueira.
Arruda ainda deve ser alvo de outra proposta de autoria da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Antes de ser aberto um processo de impeachment, os pedidos precisam ser confirmados pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Legislativa e ratificados por 2/3 dos parlamentares da Casa, ou 16 dos 24 deputados distritais.