O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), informou, por meio de sua assessoria, que “não se lembra” de doação da construtora Camargo Corrêa para sua campanha em 1998, como suspeita a Polícia Federal (PF). De acordo com a corporação, documentos apreendidos na Operação Castelo de Areia apontam supostos repasses em dólares “por fora” da empresa para financiar suas campanhas eleitorais. Ele ressaltou que, “se existiu, foi devidamente contabilizada e, com certeza, não foi em dólar”.
O criminalista Celso Villardi, que defende a Camargo Corrêa, se disse “estarrecido com vazamentos que contrariam o quanto afirmado pela Procuradoria da República que, em nota, afirmou que não divulgaria nomes de pessoas supostamente investigadas”.
Villardi reiterou que todas as doações de campanha da Camargo Corrêa foram devidamente declaradas à Justiça Eleitoral. “Não tenho condições de me pronunciar a respeito desse fato, mas insisto que no passado recente acusações da mesma natureza foram feitas e as investigações se encarregaram de comprovar que todas as doações feita pela Camargo Corrêa eram absolutamente legais.”
O advogado se referia à primeira etapa da operação Castelo de Areia, em que a Polícia Federal citou doações da empreiteira a partidos políticos. “Todas as contribuições foram registradas”, destacou Villardi.
Ele anotou que a Procuradoria da República sustentou que não divulgaria nomes “porque só existiam elementos indiciários”. “Eu vou pedir apuração a respeito desses vazamentos”, assinalou. E advertiu para o fato de que “ninguém poderia ter acesso a esses dados sem ter poderes para tanto, como instrumento de procuração nos autos”.