Arrogância do PT garante que haverá segundo turno

O candidato à presidência da República Geraldo Alckmin (PSDB) disse ontem em Curitiba que o PT e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) erraram no cálculo e que haverá um segundo turno na sucessão presidencial. Para Alckmin, Lula já começaria derrotado o suposto segundo turno por ter deixado se levar pelo que chamou de ?arrogância? ao se acreditar eleito no primeiro turno. Segundo Alckmin, o presidente e seu partido ?calçaram o salto 15?.

Alckmin fez estas declarações durante uma rápida e tumultuada entrevista coletiva no estacionamento do terminal de transporte coletivo do Boqueirão, um dos bairros mais populosos de Curitiba. De lá, Alckmin partiu em carreata por alguns bairros próximos, antes de realizar o comício, previsto para ontem à noite, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba. A carreata, que reuniu cerca de quinhentos veículos, congestionou o trânsito ao redor do terminal por volta das 17:30 horas.

Junto com Alckmin, no carro aberto, além de Beto, estavam o senador Alvaro Dias (PSDB), candidato à reeleição, e o candidato da coligação Voto Limpo ao governo, Rubens Bueno (PPS), além de deputados estaduais e federais e candidatos. O governador em exercício, Hermas Brandão (PSDB), juntou-se ao grupo na metade do roteiro, quando eles já se dirigiam a São José dos Pinhais.

Para Alckmin, é na reta final da campanha que o eleitor, de fato, decide seu voto. O candidato afirmou que as mudanças de posições são registradas nos últimos dias da campanha eleitoral. ?A dezesseis dias da eleição é que a atenção do eleitor fica muito grande?, afirmou o ex-governador. Ele destacou que seus índices de intenções de votos cresceram em todo o país.

Prejuízo

O candidato tucano criticou a política externa brasileira, ao responder sobre sua posição a respeito da decisão do presidente da Bolívia, Evo Morales, de congelar os ativos da Petrobras. ?A política externa brasileira tem sido baseada numa ideologia, partidarismo e amizade. O presidente Lula não defendeu o interesse nacional diante da Bolívia?, atacou.

Ele disse também que o presidente Lula foi submisso ao presidente da Venezuela, Hugo Cháves, um dos principais aliados de Morales na questão da exploração do petróleo na Bolívia. ?A postura do Lula foi dúbia. E depois da eleição, vai aumentar o preço do gás?, afirmou. Alckmin disse que o governo brasileiro deveria ter recriminado a Bolívia logo que Morales anunciou sua política interna para o petróleo ?para distinguir o Brasil deste populismo inconseqüente?.

Sobre a condução econômica do país, Alckmin repetiu as críticas. ?O Brasil cresceu pouco. Só 2,3% do PIB (Produto Interno Bruto). Vai levar cem anos para dobrar a renda?, disse o candidato tucano. Ele afirmou ainda que o país vive uma crise ética e que as sucessivas operações da Polícia Federal, 80% das quais se referem a denúncias de corrupção registradas durante o governo anterior de Fernando Henrique Cardoso, têm um objetivo político. ?O PT dizia que era diferente de todo mundo. Agora, não tem como se defender e agora quer mostrar que todo mundo é igual?, afirmou. 

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo