A queda na arrecadação atinge número cada vez maior de prefeituras no interior de São Paulo e afeta serviços essenciais, como saúde, merenda escolar e coleta de lixo. A prefeitura de Valinhos, na região de Campinas, publicou decreto extraordinário na terça-feira, 1º, declarando situação de emergência financeira no município para justificar “medidas de contenção de despesas e corte de gastos”. Na mesma região, Americana decretou calamidade financeira no mês passado.

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Em Valinhos, o objetivo é economizar R$ 6 milhões até 31 de dezembro. De acordo com o prefeito Clayton Machado (PSDB), a prefeitura previa receita anual de R$ 360 milhões, mas a queda em repasses chega a 52%. Segundo ele, só não serão afetadas as áreas de saúde, educação e limpeza pública. As medidas incluem redução de 25% nos cargos de comissão, suspensão de horas extras, redução de 40% nas gratificações e cortes de 10% a 30% em despesas com aluguéis, combustível e telefone.

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Em São Roque, região de Sorocaba, técnicos de enfermagem e funcionários da cozinha da Santa Casa com pagamentos atrasados entraram em greve na quarta-feira. A mantenedora afirmou não ter recebido no prazo os repasses da prefeitura, que mantém o hospital sob intervenção. A prefeitura informou que os repasses foram feitos e espera a normalização do serviço. A crise já levou o município a reduzir o horário de funcionamento das repartições públicas.

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Na Santa Casa de Palmital, oeste paulista, 50% dos funcionários estão em greve. O administrador José Carlos de Almeida informou que nos últimos três meses a prefeitura não repassou integralmente o valor previsto em contrato, de R$ 426 mil mensais. A prefeitura informou que busca uma solução.

Na terça-feira, a Justiça mandou a prefeitura de Taquaritinga voltar a fornecer merenda de acordo com as normas do Programa Nacional de Alimentação Escolar, sob pena de multa de R$ 10 mil. Segundo o Ministério Público, houve corte de 20% nos recursos destinados à merenda e o município está em débito com fornecedores de alimentos. A prefeitura informou que a merenda será mantida.

Em Cubatão, os trabalhadores da Companhia Cubatense de Urbanização e Saneamento (Cursan) protestaram nesta quinta-feira, 3, contra a falta de pagamento de benefícios. Eles estão em greve há mais de três meses. Do total de 600 funcionários, 260 estão parados, segundo o sindicato da categoria. A prefeitura informou que está se empenhando para regularizar o pagamento do vale-refeição e das cestas básicas.

Na região de São José do Rio Preto, os 430 servidores de Ariranha entraram em greve nesta quinta depois de três meses sem receber salários integrais. A prefeitura alega que pagou 50% dos salários de setembro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.