O arquivo do subsecretário de Transportes de Niterói, Adhemar Reis, de 68 anos, assassinato ontem, foi lacrado por determinação do secretário municipal de Segurança, com o objetivo de proteger documentos que possam ajudar a esclarecer o crime. Reis havia descoberto um esquema de falsificação de documentos e de comércio ilegal de licenças de táxi. A quadrilha é suspeita de ter planejado o crime.
Os papéis do gabinete do subsecretário serão entregues à polícia, que busca novas imagens de câmeras de segurança de prédios próximos ao local do crime para identificar a placa do carro dos criminosos. Os investigadores não afastam a possibilidade de pedir a quebra do sigilo telefônico de Reis. As ligações podem ajudar a revelar os passos da investigação que era feita pelo subsecretário havia três meses.
A polícia tem duas investigações em andamento: uma sobre o assassinato do subsecretário e outra sobre as fraudes nas licenças de táxis. Reis havia descoberto uma quadrilha que falsificava documentos em cartórios para transferir ilegalmente as permissões de taxistas mortos e, depois, vendê-las. De acordo com o delegado Luiz Antônio Businaro, o esquema teria a participação de funcionários da prefeitura.
O subsecretário foi executado na manhã de ontem. Seu foi velado na Câmara de Vereadores de Niterói e enterrado hoje à tarde, no cemitério Parque da Colina. A fiscalização de irregularidades no setor de transportes no Estado do Rio é considerada uma tarefa de risco. Grupos de milicianos e traficantes de drogas são suspeitos de controlar empresas de vans e táxis em alguns municípios.