O senador Flávio Arns e o deputado estadual Mauro Moraes têm uma semana para definir seu futuro político. O senador deixou o PT há um mês e, deste então, vem conversando com direções de diversos partidos, mas ainda não definiu o rumo.
“Até terça-feira, sai uma definição”, afirmou Arns, escondendo as pistas de sua futura escolha. Mas as movimentações do senador apontam para o PV, seguindo o mesmo caminho da sua ex-colega do PT, a senadora Marina da Silva. O prazo para as filiações dos candidatos é de um ano antes das eleições, que serão realizadas no dia 3 de outubro de 2010.
Por enquanto, o PT apenas sinalizou, mas não requisitou o mandato de Arns, que busca um partido onde possa concorrer novamente ao Senado. Mas com a ressalva de que pode haver mudança de planos.
“Quando entramos num partido, não podemos chegar impondo já”, afirmou. Menos confortável está o deputado estadual peemedebista. Ele deseja sair do PMDB, mas o partido não o libera ou expulsa, duas situações em que poderia trocar de sigla sem perder o mandato.
Moraes ainda tem esperanças de que a Justiça Eleitoral resolva o seu problema, nos próximos dias. Moraes aguarda o julgamento da ação declaratória de justa causa que move para deixar o partido, sem perder o mandato.
Agência Senado |
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Arns: “Até terça sai definição”. |
Ontem à tarde, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Durval Amaral (DEM), depôs no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) como testemunha de defesa de Moraes.
O peemedebista alega que está sendo perseguido pela direção estadual do PMDB. Como prova, Moraes apresenta a sua destituição da CCJ, onde era membro, e da Comissão de Segurança, que presidia.
Moraes argumenta ainda que, nos bastidores, vem sendo ameaçado de ser excluído da chapa de candidatos do partido à Assembleia Legislativa. Se conseguir o amparo da Justiça, Moraes tem três opções preferenciais: o PSDB, O PSB e o PPS.
Moraes é um defensor da candidatura do prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB) ao governo, e foi esta opção, entre outros motivos, que o colocou em rota de colisão com o PMDB, que lançou a pré-candidatura do vice-governador, Orlando Pessuti, à sucessão do governador Roberto Requião (PMDB). Moraes prefere não pensar no futuro, caso não seja bem sucedido na Justiça Eleitoral.
“Eu prefiro acreditar que vou poder sair. Eu fui massacrado”, afirmou o deputado. Na direção do PMDB, houve quem defendesse a liberação dele. Mesmo que a direção estadual concordasse, entretanto, seria difícil impedir o primeiro suplente, o presidente da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Rafael Greca, de requerer o mandato de Moraes.
Para Arns, a escolha do novo partido não é fácil. “É uma decisão em que é necessário analisar o quadro local e a situação estadual. Mas como fazer uma boa análise quando falta um ano para a eleição e as coisas mudam tão rapidamente”, ponderou o senador.
