O debate sobre política econômica durante a campanha eleitoral teria sido melhor com o candidato do PSB, Eduardo Campos, morto quarta-feira em um acidente aéreo em Santos (SP), mas “as ideias ficam”, avaliou nesta quinta-feira Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central (BC) e principal assessor econômico do candidato do PSDB à Presidência da República, o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Armínio voltou a lamentar a trágica morte, mas recusou-se a fazer prognósticos sobre seus efeitos na campanha.

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“É muito cedo para fazer uma análise, especialmente para mim, que não sou analista político. Lamento a perda de uma pessoa que não só tem um história de serviços prestados como tinha um papel a cumprir neste momento que o Brasil vive”, afirmou Armínio, ao deixar um debate sobre os 20 anos do Plano Real, na PUC-Rio.

Perguntado sobre o fato de Campos ter centrado seu discurso em críticas à política econômica do governo, com propostas semelhantes às de Aécio, Armínio respondeu: “Ele vai fazer muita falta, no entanto, as ideias ficam. Esse debate teria sido melhor com a presença dele, mas vai continuar”, completou o ex-presidente do BC, hoje sócio da Gávea Investimentos.

Em breve discurso na abertura do debate que ocorre hoje na PUC-Rio, Armínio afirmou que estamos vivendo “algo que sugere que, se não tomarmos cuidado, vamos perder a estabilidade monetária”. Ele citou a inflação relativamente elevada, com o IPCA em torno de 6,5% no acumulado em 12 meses, apesar do represamento de preços administrados, e o descontrole dos gastos públicos. Na saída do seminário, após fazer a abertura, Armínio esclareceu que não quis fazer um “alerta desproporcional”. “Há tempo de corrigir”, disse.

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