Se a eleição da presidência da Câmara dos Deputados fosse hoje e dependesse da bancada paranaense, o petista Arlindo Chinaglia venceria a disputa, com grandes chances de ela ocorrer ainda no primeiro turno.
A reportagem de O Estado consultou 22 deputados federais do Paraná na semana passada que declararam suas intenções de voto, e Chinaglia aparece com 11 votos, seguido dos parlamentares Gustavo Fruet, com nove votos, e Aldo Rebelo (PCdoB), com um voto, pois conta com a simpatia do peemedebista Rodrigo Rocha Loures. No rol dos indecisos, somente o deputado federal Barbosa Neto (PDT), que ainda aguarda orientação do partido.
Como a maioria dos deputados tem declarado que vai seguir a decisão das bancadas federais de seus partidos, embora o voto seja secreto, a candidatura de Chinaglia pode aumentar sua vantagem e chegar a 16 votos, se os três pe-emedebistas e o deputado do PL não entrevistados aderirem à sua candidatura, e se o apoio de Assis Couto (PT, também não ouvido pela reportagem), for confirmado para o companheiro de legenda. Os deputados do PMDB Hidekazu Takayama, Odílio Balbinotti e Hermes Parcianello, o ?Frangão?, não foram encontrados pela reportagem de O Estado, assim como Fernando Giacobo, do PL.
Nessas mesmas condições, Fruet pode chegar a 12 votos, já que dois deputados do PFL -Cássio Taniguchi e Luiz Carlos Setim – não foram ouvidos pela reportagem, assim como o parlamentar do PPS, Cezar Silvestri. Fruet pode também perder o voto do deputado Dilceu Sperafico, se a candidatura do tucano não deslanchar.
Base aliada
A candidatura de Chinaglia deve levar todos os quatro votos dos deputados paranaenses do PT, assegura o deputado federal e presidente estadual do partido, André Vargas. Para ele, é o candidato que levará o maior número de votos. Mesmo com o surgimento da terceira via, com Fruet, Vargas acredita que Chinaglia tenha boas chances de crescimento e contabilizou até o momento 16 deputados do Paraná com o colega de partido. Vargas garante que ele próprio, Dr. Rosinha, Angelo Vanhoni e Assis do Couto estão com Chinaglia.
Dr. Rosinha (PT) lembrou que, em nove anos de mandato, a regra da proporcionalidade sempre foi predominante na Câmara. ?O partido com maior número de deputados sempre teve a presidência. Quando chegou a vez do PT, a direita, o PSDB e o PFL, romperam essa tradição com a eleição de Severino Cavalcanti?, declarou. Segundo Dr. Rosinha, como o PMDB abriu mão da presidência, é legítimo que o segundo maior partido na Câmara, o PT, conquiste a vaga.
Até o momento a única dissidência paranaense manifestada à orientação tirada pelos deputados peemedebistas, de votar em Chinaglia é do deputado Rodrigo Rocha Loures. Dos oito parlamentares paranaenses do PMDB, quatro – Osmar Serraglio, Reinhold Stephanes, Max Rosenmann e Moacir Micheletto – confirmaram o voto em Chinaglia, seguindo decisão partidária.
Micheletto afirmou que vai seguir a decisão do partido, porque faz parte do grupo dos deputados que prepara a unidade do PMDB para o próximo lançar candidato a presidente da República. ?Sou homem de partido, então meu candidato é o Arlindo. Mas se fosse uma decisão pessoal, votaria no Gustavo, que é paranaense e meu amigo. Se ele não estivesse na disputa, meu candidato ideal seria o Aldo, que considero como meu irmão?, afirmou. Pelas conversas que anda tendo com parlamentares em Brasília, Micheletto aposta que a eleição terá segundo turno.
O deputado Alex Canziani, único petebista eleito do Paraná, confirmou que irá seguir a orientação do PTB nacional e vai endossar a candidatura de Chinaglia. Também acompanhando a decisão do partido, Chico da Princesa, do PL, afirmou que seu candidato é Chinaglia.