O ex-deputado Luiz Argôlo (afastado SD-BA), preso na Operação Lava Jato, afirmou em depoimento à Polícia Federal, no Paraná, em 16 de abril, que o conselheiro do Tribunal de Contas do Município, em Salvador, Mário Negromonte, ex-ministro de Cidades do governo Dilma, deu um relógio Rolex ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Segundo Argôlo, o presente foi entregue durante um jantar em 2010, em Brasília.

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Argôlo é réu em uma das ações penais da Lava Jato. O juiz Sérgio Moro acolheu denúncia criminal da Procuradoria da República contra o ex-deputado. A investigação revela que Argôlo fez 93 viagens às custas de recursos da Câmara dos Deputados, 40 delas para visitar o doleiro Alberto Youssef, peça central da Lava Jato.

À PF, o ex-deputado contou que conheceu Youssef na casa de Mário Negromonte. O doleiro teria sido o responsável por levar o Rolex para o ex-ministro, naquele jantar.

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Segundo Argôlo, da casa de Negromonte, eles foram a um restaurante em Brasília, onde ocorreria um jantar de fim de mandato.

“No restaurante, em determinado momento, chegou outro indivíduo, até então desconhecido do declarante; que Mário se levantou da mesa, juntamente com outros dois ou três deputados, deu boas vindas em voz alta ao “Doutor Paulo” e entregou justamente o relógio Rolex que o declarante examinara no apartamento para “Doutor Paulo”, como presente”, contou Argolo.

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Ele afirmou que soube em outro momento que “Doutor Paulo” era Paulo Roberto Costa, ‘já que não ficou no restaurante até o fim do jantar’, e que teve conhecimento que a pessoa que havia levado o Rolex para Negromonte era Alberto Youssef em março de 2011.

Mário Negromonte é apontado em delação premiada de Youssef como um dos líderes do PP que recebia repasses mensais entre R$ 250 mil e R$ 500 mil. O ex-ministro nega as acusações.

O PP, o PT e o PMDB são suspeitos de lotear diretorias da Petrobras para arrecadar propina em grandes contratos, mediante fraudes em licitações e conluio de agentes públicos com empreiteiras organizadas em cartel. O esquema instalado na estatal foi desbaratado pela força-tarefa da Lava Jato.