De licença médica desde o início de junho, o deputado federal Luiz Argôlo (SDD-BA) deve retornar nesta quarta-feira à Câmara dos Deputados. Respondendo a dois processos no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar, o deputado deve finalmente ser notificado das representações em trâmite após duas tentativas em vão de oficiá-lo.
Citado na Operação Lava Jato da Polícia Federal por envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso no Paraná, Argôlo pediu que 12 testemunhas fossem ouvidas nos processos, informou o advogado do deputado, Aluísio Correia Régis. O relator do processo, deputado Marcos Rogério (PDT-RO), quer dar início às oitivas no dia 8 deste mês.
O deputado responde a dois processos, sendo um protocolado pela Mesa Diretora e outro pelo PSOL. Nos relatórios apresentados no colegiado, são citadas “fortes evidências de que o deputado Luiz Argôlo está envolvido com o doleiro Alberto Youssef e dele recebeu elevadas quantias de dinheiro”. São mencionadas também mensagens interceptadas entre Argôlo e Youssef que “mostram que o doleiro pagou contas do deputado representado”. O relator apontou que Youssef teria transferido R$ 120 mil ao chefe de gabinete de Argôlo, Vanilton Bezerra. Vanilton e o doleiro devem ser arrolados como testemunhas no processo.
Argôlo pediu licença de 15 dias no início de junho alegando problemas cardíacos. Como se tratou de licença médica, o período de afastamento do parlamentar foi remunerado.