O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta quinta-feira (25) que a aprovação da emenda que vinculou a correção de todos os benefícios da Previdência Social à política de valorização do salário mínimo foi um “erro e esse erro precisa ser corrigido”. “Se não os sinais que vamos dar para os mercados é de um descontrole da política fiscal de uma tal maneira que não haverá medidas ou nem quem possa resolver”, afirmou Cunha.

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Uma indexação desse tipo era considerada desastrosa pelo Palácio do Planalto, que entre segunda-feira e ontem tentou mobilizar, sem sucesso, sua base para barrar a aprovação da emenda. Ao final, ela acabou avalizada por 206 deputados, sendo que outros 179 votaram “não” e quatro se abstiveram. O presidente da Câmara afirmou hoje que o impacto da medida pode chegar a R$ 9 bilhões, o que inviabilizaria o ajuste fiscal.

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Segundo ele, o melhor a ser feito pelo governo da presidente Dilma Rousseff é esquecer a Medida Provisória 672, pois, mesmo que ela seja alterada no Senado, poderá haver uma nova derrota na Câmara. “Acho que essa MP, do jeito que foi aprovada a emenda ontem, vai perder o seu sentido. O governo deve esquecer essa medida provisória e não deve nem concluir essa votação”, afirmou Cunha.

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O fato de o destaque ter sido aprovado no corpo da matéria impossibilita o veto ao item. Sendo assim, caso a presidente decida vetar a emenda, terá que vetar a MP inteira. “Aquilo foi ruim para o governo, ruim para a política econômica e o governo deverá vetar”, afirmou Cunha.

O presidente da Câmara, que durante a votação já havia afirmado que não era um bom momento para esse tipo de discussão, disse hoje que a aprovação passou dos limites, causa prejuízo ao País e foi feita de uma forma equivocada. “Acabou gerando desconforto para nós que estamos defendendo o mínimo de estabilidade fiscal”, afirmou.

Cunha disse ainda que os deputados que votaram a favor da emenda ontem praticaram um ato contra o trabalhador, que poderia ter uma política de salário mínimo regulamentada e agora terá que aguardar outra oportunidade. “Aquilo foi um jogo político”, disse. “Mas é bom que a gente chame à consciência que tudo tem um limite. E ontem de uma certa forma se chegou ao limite daquilo que não deve ser feito.”

Desoneração

O presidente da Câmara afirmou, ainda, que o objetivo é concluir a votação dos destaques do projeto da desoneração, que teve o seu texto-base aprovado na madrugada, ainda hoje, mas que, por conta da quantidade de emendas (26) pode ser que a votação se estenda até terça-feira.

A ideia era retomar a discussão às 9h, mas até por volta das 11h30 o Plenário estava esvaziado. Líderes da base aliada estavam reunidos para chegar a um consenso quanto às emendas que serão apreciadas na sessão de hoje.

“Não sei se dará tempo, mas, se não concluir hoje, concluiremos terça-feira. Está dentro do cronograma de aprovar até o recesso”, afirmou. Cunha disse ainda que a votação da maioridade prevista para a terça-feira, 30, pode ficar para o dia seguinte.