O governador Roberto Requião (PMDB) classificou como "medíocre" a tentativa de seus adversários políticos de explorar politicamente o fato de ser beneficiário de uma aposentadoria do Ministério da Previdência Social. Requião tem direito ao pagamento desde 99, quando requereu o benefício por tempo de contribuição.
O valor pago ao governador é de R$1,2 mil mensais. O governador destacou que, assim como qualquer cidadão, tem direito de acesso ao benefício, depois de cumprir o tempo de contribuição proporcional ou integral, que é de trinta e cinco anos. O governador lembrou que contribuiu com a Previdência Social por mais de quarenta anos e que a aposentadoria é legítima e está dentro da lei.
Para Requião, a divulgação da informação, em alguns veículos de comunicação do Estado, de que seu benefício foi suspenso por falta de recadastramento é uma demonstração de "desespero" de seus concorrentes na eleição de outubro, diante dos resultados das pesquisas de intenções de votos sobre a sucessão estadual. As pesquisas internas encomendadas pelos partidos mostram que, a seis meses da eleição, a reeleição do peemedebista não é ameaçada por nenhum dos atuais postulantes ao cargo de governador lançados pelas siglas de oposição ao Palácio Iguaçu, destacam os peemedebistas que coordenam seu projeto eleitoral.
Por enquanto, além de Requião, são dois os pré-candidatos já anunciados ao Palácio Iguaçu: o senador Flávio Arns (PT) e o ex-deputado Rubens Bueno (PPS). O PFL e o PSDB, que se articulam com o PDT para lançar uma frente de oposição ao governo, ainda esperam por uma definição do senador pedetista Osmar Dias. Na quinta-feira passada, o senador Alvaro Dias, uma das opções do PSDB, anunciou que não pretende concorrer ao governo e prefere disputar novamente o Senado.
Para confirmar a candidatura, o senador Osmar Dias depende da direção nacional do PDT que, se lançar um candidato à sucessão presidencial, pode impedir seu projeto de concorrer ao governo, já que, pela regra da verticalização das coligações, a sigla somente poderia fazer alianças com partidos aliados nacionalmente. Como o PSDB já tem um pré-candidato à sucessão do presidente Lula, se o PDT também tiver representante na sucessão presidencial, as duas siglas não poderão estar juntas na disputa estadual.
Para os peemedebistas, a oposição está desarticulada e tenta desqualificar o governador para recuperar terreno nesta fase de pré-campanha. Mas o Palácio Iguaçu e a direção estadual do PMDB prometem não deixar nenhuma insinuação ou acusação sem resposta, justificando que se a oposição quer antecipar a campanha, eles estão prontos para o combate.
O vice-presidente estadual do PMDB, deputado Nereu Moura, afirmou que os adversários estão "nervosos" com o que chamou de "favoritismo" do governador paranaense. "Na falta de argumentos consistentes para travar um debate eleitoral sobre um projeto para o estado, eles ficam procurando pêlo em ovo. É a prova do medo que eles têm de um governo que é aprovado pela maioria da população paranaense", disse o dirigente peemedebista.