O senador Pedro Simon (PMDB-RS) soube que o colega de partido José Sarney (PMDB-AP) não concorreria novamente ao Senado há quase duas semanas, antes de a aposentadoria ser anunciada. “Quando conversei com ele sobre a minha decisão de deixar a vida pública, ele me revelou que estava com as mesmas intenções”, disse o gaúcho em entrevista ao Broadcast Político. A notícia de que Sarney abriu mão de se candidatar veio a público na segunda-feira.

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Segundo Simon, em Brasília ainda há quem duvide da decisão de Sarney, que é senador pelo Amapá há 27 anos. “Eu acho que é para valer”, avaliou. “Pessoalmente, acredito que também agi bem. Se o Sarney decidiu cair fora, pensando que seria um bom momento, penso igualmente que era a hora de cair fora”, completou o gaúcho, que está no seu quarto mandato como senador e não disputará o pleito deste ano. A saída dos dois confere ares de renovação à eleição ao Senado.

Simon explicou que, num primeiro momento, não levou a sério a revelação de Sarney de que não pretendia mais concorrer. “Mas daí ele me disse que a mulher (Marly) não estava muito bem de saúde e que precisava cuidar dela, então achei que ele realmente estava com pretensões de largar”, revelou.

A aposentadoria de Sarney, de acordo com Simon, não estaria relacionada a polêmicas, falta de popularidade ou medo de perder a eleição. “Não é por aí que ele se assusta, pelo contrário. Se for por aí ele é capaz de ficar para dar a volta nos problemas. Até porque, se repararmos, a figura que esteve mais no topo na política brasileira foi ele”, comentou.

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Para Simon, a decisão de Sarney só será adiada se o colega não conseguir convencer as pessoas próximas a ele. “O que pode acontecer é que tem muita gente no PT, como o Lula e a presidente, e lá da área do Sarney também, que querem insistir para que ele seja candidato. No meu caso não tem (risos)”, disse. “Tem tanta gente em volta dele, que de certa forma depende dele… Mas eu não saberia responder como ele vai lidar com isso.”

Com a mesma idade de Sarney – 84 anos -, Simon está cada vez mais isolado no PMDB. Ele tem dito que não irá disputar as eleições porque deseja descansar, mas também porque está decepcionado com os rumos tomados pelo partido que ajudou a fundar. Simon é um dos principais opositores à aliança do PMDB com o governo de Dilma Rousseff, fala que a legenda se rendeu à política do “troca-troca” de cargos e costuma fazer duras críticas a Sarney e outras lideranças peemedebistas.

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