A presidente Dilma Rousseff está preocupada com a relação do governo com o PDT. O resultado da votação do salário mínimo, na Câmara, mostrou, na avaliação da presidente, que é preciso reavaliar a relação do partido com o governo, não só pensando na votação no Senado, na semana que vem, como no caso de futuras votações no Congresso. Apesar de oficialmente o governo, por meio do ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, ter evitado falar em retaliações contra os parlamentares que votaram contra o mínimo de R$ 545, o Planalto está preocupado com a quantidade de votos contrários recebidos, particularmente do PDT e quer mais atenção em relação ao partido. No balanço realizado hoje, avaliando voto a voto, a situação do partido foi considerada pela presidente “preocupante”.

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O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, poderá ser chamado ao Planalto para uma conversa mais detalhada e cobranças em relação aos dissidentes.

Na avaliação da votação do mínimo, realizada na manhã desta quinta-feira, a presidente Dilma avisou a todos os ministros do Planalto que “não há vitória a ser comemorada ainda”, justificando que a votação não está encerrada porque resta ainda a apreciação pelos senadores. Dilma quer que os ministros repitam a força-tarefa de mobilização no Senado para garantir uma votação, sem problemas e sem sustos.

Ela sabe que existem muitas resistências ao valor de R$ 545, como a liderada por Paulo Paim (PT-RS), e não quer que ele contamine outros parlamentares. A presidente quer que o esforço de procurar parlamentares e de atuação dos ministros, cobrando seus pares, continue esta semana. O governo também vai continuar sinalizando que, aprovado o salário mínimo, o governo enviará a proposta de reajuste da tabela de imposto de renda, valendo para os próximos quatro anos também.

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Dilma fez questão ainda de telefonar pessoalmente para o deputado Vicentinho, ex-sindicalista designado relator do projeto que fixava o mínimo em R$ 545, que acabou sendo vaiado pelos seus pares, ao defender valor diferente do que queriam as centrais sindicais. A presidente quis parabenizá-lo para apoiá-lo porque reconhece as dificuldades e pressões que ele sofreu no enfrentamento com sua base eleitoral. A presidente parabenizou ainda o líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), e o vice-presidente Michel Temer pelo desempenho do PMDB, que foi unânime na votação.