A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Coletivo da Câmara de Curitiba retomou ontem a sessão interrompida na segunda-feira, depois que o engenheiro Luis Fila, da Urbs, foi agredido com torta na cara. Para evitar novos incidentes, a segurança foi reforçada. Nem vereadores escaparam de rigorosa revista antes de entrar no plenário.
Além de Fila, gestor operacional de transporte da Urbs, outros três representantes da empresa que administra o sistema foram ouvidos: o presidente Roberto Gregório da Silva Junior, o diretor de transportes, Rodrigo Gravetti, e o gestor de fiscalização, Edson Berlezi. O engenheiro José Antônio Veloso, do Sindicato das Empresas do Transporte de Passageiros de Curitiba (Setransp), também deu explicações.
A sessão foi marcada por manifestações em apoio a Fila, vítima da torta arremessada por uma integrante do Movimento Passe Livre. Dezenas de funcionários da Urbs compareceram à reunião e aplaudiram o engenheiro. Eles estenderam faixas com as mensagens “Nós, funcionários da Urbs, sempre estivemos à disposição” e “As decisões políticas é que devem ser questionadas”.
Dúvidas
O presidente da CPI, vereador Jorge Bernardi (PDT), levantou dúvidas sobre a licitação do sistema de transporte realizada em 2010. “A cada quilômetro rodado, R$ 0,64 são lucro das empresas. Rodam 400 mil quilômetros por dia, então são R$ 280 mil de lucro por dia. É exagerado, acima da média”, afirmou. O representante do Setransp rebateu as acusações de lucro exagerado. “Sempre buscamos formas de reduzir a tarifa, mas não encontramos maneira de eliminar completamente os custos”, ressaltou.
Tarifa pode ter redução
Segundo Roberto Gregório da Silva Junior, as avaliações da CPI e da auditoria do sistema implantada pela prefeitura estão encontrando instrumentos que podem baixar a tarifa. “Caso sejam identificados ganhos de produtividade, por exemplo, veículos que consumam menos combustível, isso pode ser compartilhado entre usuários e empresas, o que reduziria a tarifa”, disse.