O Brasil mudou seu voto na Organização das Nações Unidas (ONU) em relação à Coreia do Norte depois do vexame sofrido pela posição do Itamaraty. Ontem, o governo brasileiro votou ao lado dos países europeus e dos Estados Unidos, atacando a situação dos direitos humanos no país asiático e renovando o mandato da ONU para investigar a Coreia do Norte. A medida foi comemorada por ativistas.
Em sua justificativa de voto, a representante brasileira, Maria Luiza Escorel, deixou claro que o Itamaraty decidiu rever sua posição diante do comportamento norte-coreano. “Continuamos convencidos de que o diálogo e a cooperação são as formas mais eficientes para melhorar a situação dos direitos humanos. Mas lamentamos que essa oportunidade não tenha sido usada pelo governo da Coreia do Norte”, afirmou.
Há uma semana, a Coreia do Norte mostrou os limites da estratégia do Brasil de criar condições de diálogo com países onde ocorrem graves violações de direitos humanos. Em Genebra, a Coreia do Norte rejeitou todas as sugestões do Brasil e outros governos para promover a melhora da situação dos direitos humanos no país.
O Itamaraty, em 2009, absteve-se numa resolução apresentada na ONU que condenava as violações aos direitos humanos pelo regime da Coreia do Norte e estabelecia um relator especial para o país. Na época, a embaixadora do Brasil na ONU, Maria Nazareth Farani Azevedo, poupou Pyongyang justificando que o Itamaraty se absteria da resolução de condenação para dar “uma chance” ao governo norte-coreano.