O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira, 9, que a América Latina passa por um momento de recuperação do “prejuízo” causado pelo neoliberalismo ao continente. A declaração foi feita após Lula ter recebido em São Paulo o governador da Província de Buenos Aires e pré-candidato a presidente da Argentina, Daniel Scioli (Partido Justicialista), aliado da presidente Cristina Kirchner.
O encontro foi no Instituto Lula. Também nesta quinta-feira, o ex-presidente recebe o vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, que assumiu a articulação política do governo. O ex-presidente afirmou ainda que Brasil e Argentina “têm de compreender” que não são países adversários. “Nós temos de compreender que somos aliados políticos, aliados no campo da cultura, do desenvolvimento e até do movimento social”, disse.
De acordo com Lula, não há como separar as duas nações só por causa da “natureza”. O ex-presidente disse também que os povos brasileiro, argentino e latino-americano estão aprendendo a conquistar “cada dia mais cidadania”. “Eu penso que o governador Scioli faz parte daqueles latino-americanos que acreditam na integração como uma coisa verdadeira, não apenas como um discurso. Mas a integração que pressupõe a construção de estradas, ferrovias, pontes, integração energética, do desenvolvimento das nossas indústrias”, declarou.
O ex-presidente lembrou que conheceu Scioli quando foi eleito pela primeira vez chefe do Executivo, em 2002. Lula e Scioli falaram entre si sobre as circunstâncias políticas e econômicas dos dois países e da América do Sul, de acordo com o Instituto Lula. O argentino enfatizou, conforme o instituto, a necessidade da conservação e extensão da “estratégia conjunta” de Brasil e Argentina para assegurar o crescimento da América Latina.
Scioli reiterou o objetivo de estreitar a ligação com o Brasil, caso seja eleito. “Ele Lula esteve presente ao lado dos que mais precisam, dos mais humildes, da mobilidade social e promoveu uma forte agenda de integração”, acentuou Scioli, depois da reunião.