O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva causou certa polêmica ao chamar a procuradora do Ministério Público Federal Isabel Vieira de “querida” durante o interrogatório conduzido pelo juiz Sergio Moro. Ela ficou irritada ao ser chamada de querida por duas vezes e Moro solicitou que Lula a chamasse de “senhora procuradora” ou “doutora”. Mas o petista pode ganhar a ajuda do senador Roberto Requião (PMDB-PR), que é o relator do projeto sobre abuso de autoridade, para dispensar a formalidade no tratamento de membros do MP e do Judiciário.
Requião anunciou no Plenário do Senado nesta sexta-feira (15) que vai propor um projeto de lei para dispensar o tratamento cerimonioso dado a agentes públicos como juízes, parlamentares e integrantes do Ministério Público. A ideia de Requião é preservar apenas os termos “senhor” e “senhora” e foi uma reação ao comportamento da procuradora durante o depoimento de Lula. As informações são da Agência Senado.
O senador afirmou que é incabível na democracia a continuidade de um tratamento protocolar herdado da monarquia. O argumento de Requião é que todos são iguais e não é um concurso público que faz alguém merecedor de um título diferente do usado pelas demais pessoas. O parlamentar ainda frisou que, antes de serem autoridades, todos são seres humanos e, como servidores públicos, devem prestar serviço ao povo com qualidade e sem demandar tratamento majestoso.
“Ofereço esse texto legal aos queridos agentes públicos do Ministério Público, do Judiciário, da Polícia Federal e do Brasil em geral. Não são mais que servidores públicos, devendo ser tratados com o respeito que merecem e, da mesma forma, respeitar os direitos sociais e civis de toda a cidadania”, afirmou Requião.