Na semana em que a bancada do PDT na Câmara desembarcou da base aliada do governo Dilma Rousseff e declarou independência nas votações em plenário, o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, que ocupa a vaga do partido na Esplanada dos Ministérios, afirmou nesta sexta-feira, 7, que ainda tem muito o que fazer no comando da pasta.
Dias afirmou que a permanência da legenda no governo e a possível saída dele ministério ainda não são discutidas. Na quarta-feira, 5, o líder do PDT na Casa, André Figueiredo (CE), foi ao microfone do plenário anunciar que a bancada não mais participará de reuniões do Colégio de Líderes da base, comandada, semanalmente, pela liderança do governo no Legislativo.
Os encontros têm a finalidade de traçar estratégias para que a administração federal alcance os objetivos nas votações em plenário. A mudança oficializa o que já podia ser observado no comportamento da bancada, que conta com 19 deputados: a liberdade para votar contra os interesses do Palácio do Planalto. “Não admitiremos mais sermos chamados de infieis ou traidores”, afirmou Figueiredo, no dia do rompimento.
Colocando panos quentes, Dias tratou de minimizar a decisão dos colegas de sigla. “O PDT não está fora das votações do governo, somos da base do governo e a única decisão da bancada é a de não discutir nas reuniões da base”, disse. Segundo ele, não há contradição no fato de a agremiação continuar na gestão de Dilma, mesmo tendo parlamentares que não acompanham o Poder Executivo.
“O PDT vota com o governo, mas, quando se tratar de assuntos que dizem respeito a questões programáticas, o partido tem independência para tomar posição.” Dias afirmou que ainda não há data para a reunião do diretório nacional do partido, responsável por decisões desse tipo, mas lembrou que um encontro pode ser convocado, caso seja importante.
“Tem uma decisão política do diretório nacional de participar do governo e não há nada ainda que diga o contrário”, disse. O ministro do Trabalho e Emprego ressaltou que tem muito o que fazer no ministério, citando que a pasta está sendo modernizada, com ações de melhoria na fiscalização e no atendimento ao trabalhador.
De acordo com Dias, a atual dificuldade vivida pelo Executivo com a base aliada na Câmara, que tem sido desobediente no plenário, é um problema de articulação da liderança do governo. “Diálogo é a melhor maneira de você buscar soluções”, sugeriu.