O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), voltou atrás e decidiu apresentar a quarta denúncia contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), no Conselho de Ética, após a publicação de hoje do jornal O Estado de S. Paulo de reportagem que revela a prática de nepotismo da família Sarney e o vínculo do presidente do Senado com o ex-diretor da Casa Agaciel Maia, responsável pelos atos secretos. As conversas gravadas pela Polícia Federal (PF), com autorização judicial, mostram negociação de uma vaga no Senado para o namorado da neta do peemedebista, que foi contratado por meio de ato secreto.

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Por orientação da assessoria jurídica da liderança do PSDB, Virgílio havia desistido na semana passada de apresentar uma nova representação e optou por pedir ao primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), a abertura de um novo processo administrativo disciplinar contra Agaciel Maia. “Fica evidenciada a intenção do sr. Agaciel Maia de patrocinar interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário, usando uma nomeação feita por ato secreto”, diz Virgílio, em seu ofício encaminhado hoje à Primeira-Secretaria da Casa.

Virgilio encaminhou também à Procuradoria-Geral da República um pedido de instauração de inquérito policial “para apurar a materialidade e a autoria do senhor Agaciel Maia por crime de advocacia administrativa, e do senhor Fernando Sarney (filho do presidente do Senado), pelo crime de tráfico de influência”.

O líder do PSDB é autor de outras três denúncias contra José Sarney no Conselho de Ética – uma responsabilizando o parlamentar pela edição dos atos que foram mantidos em sigilo nos últimos 14 anos e duas sobre a suposta participação de Sarney no esquema de desvio de dinheiro de patrocínio cultural da Petrobras pela fundação que leva seu nome.

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