Um dia após ter seus escritórios alvo de mandados de busca e apreensão da Polícia Federal, a BR Distribuidora confirmou nesta quarta-feira, 15, a saída de três diretores da subsidiária de distribuição de combustíveis da Petrobras. Hoje, foram afastados Andurte de Barros Duarte Filho, que teria sido indicado por deputados federais do PT-SP, e Luís Alves de Lima Filho, diretor ligado ao senador Fernando Collor de Melo (PTB). No início do mês, Vilson Reichemback Silva, também ligado ao ex-presidente, já havia sido afastado de uma diretoria.

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Após a troca de comando na Petrobras, em fevereiro, e em meio a um processo de abertura de capital, a mudança de diretores já era especulada na empresa. A BR Distribuidora era um dos principais destinos do loteamento político na estatal, em função de sua abrangência nacional e do volume de negócios, com investimentos superiores a R$ 4 bilhões. Ontem, outros dois ex-diretores da subsidiária, José Zonis e Luiz Cláudio Caseira, já tinham sido afastados da empresa após serem citados nas investigações da Operação Lava Jato, que na fase denominada Politeia chegou a vasculhar os escritórios de ambos, que também eram funcionários de carreira da Petrobras.

Luís Alves de Lima Filho e Vilson Reichemback Silva eram ligados a Collor, que teria avalizado a indicação dos funcionários de carreira em julho de 2013. Ambos integrariam a cota pessoal do senador alagoano, que também é investigado pela Operação Lava Jato como um dos beneficiários do esquema de desvios e pagamento de propina. A PF encontrou oito comprovantes de depósitos bancários do doleiro Alberto Youssef em seu nome, no valor de R$ 50 mil.

As diretorias ocupadas pelos afilhados políticos do ex-presidente eram das mais prestigiadas na BR Distribuidoras, pelo volume de contratos negociados. Collor também teria influência sobre o presidente da empresa, José Lima, que comanda a empresa desde 2009. Ontem, a casa de Collor foi alvo de mandatos de busca e apreensão da Operação Politeia. Foram apreendidos carros de luxo em valor estimado acima de R$ 4 milhões. O senador classificou a operação como um “abuso”.

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Luís Alves ocupava a diretoria de Postos e Serviços, que gere uma rede de mais de 7 mil postos de abastecimento em todo o País. Em seu lugar, assume o engenheiro mecânico Thomaz Lucchini Coutinho, de 54 anos. Funcionário da Petrobras há 25 anos, ele era presidente da Liquigás, outra subsidiária da estatal, desde abril de 2014. Já Vilson Reichemback Silva já havia deixado o comando da diretoria de Operações e Logística (Diol) desde o dia 1º de julho. Em seu lugar, assume o engenheiro mecânico Ivan de Sá, funcionário de carreira desde 1985. Seu último cargo foi como gerente geral de petróleo da área de abastecimento da Petrobras.

No comando da diretoria de Mercado Consumidor (DMCO) há seis anos, Andurte de Barros Duarte Filho teria sido indicado pelo deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), que também aparece na lista de políticos delatados por operadores do esquema de corrupção como beneficiário das propinas. O executivo foi substituído por Antônio Carlos Alves Caldeira, engenheiro civil de 56 anos, dos quais 32 como funcionário da Petrobras.

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A BR Distribuidora aparece nas investigações da Lava Jato desde as primeiras etapas. Já condenado há cinco anos por evasão de divisas e lavagem de dinheiro, o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, atuava até o ano passado como diretor financeiro da subsidiária. Ele foi levado ao cargo em 2012, após ser afastado da direção da área internacional da estatal pela ex-presidente da companhia Graça Foster.