Em votação simbólica, a bancada do PT decidiu de forma unânime abrir mão de compor a Mesa Diretora com o candidato Rodrigo Maia (DEM-RJ) e fechou apoio à candidatura de André Figueiredo (PDT-CE). Em um gesto de consolidação do bloco dos partidos de oposição, os petistas ressaltaram o comportamento solidário de Figueiredo com o PT e enfatizaram que ele foi combativo na defesa do governo da ex-presidente Dilma Rousseff. “É uma candidatura importante num momento em que é necessário marcar posição no País”, disse o líder da bancada na Câmara, Carlos Zarattini (SP).

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Figueiredo foi recebido com aplausos pela bancada, formada por 58 deputados. Durante reunião, de quase duas horas, nem os defensores de Maia sustentaram a possibilidade de apoiá-lo formalmente. Não foi definida qual será a posição da sigla caso Figueiredo fique fora do segundo turno.

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Zarattini reconheceu que a pressão da militância sobre os petistas foi decisiva para que o partido fechasse com Figueiredo, ex-ministro das Comunicações de Dilma. “A militância se colocou de uma forma muito forte, muito assertiva no sentido de que houvesse essa unidade do campo de esquerda e isso influenciou a bancada. Eu diria que foi decisivo para que a bancada tomasse essa posição de hoje”, completou.

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Na reunião do colégio de líderes amanhã, 1º, quando serão definidos os cargos que caberão a cada partido, o PT vai reivindicar prioritariamente seu espaço na Mesa Diretora pelo critério da proporcionalidade (onde as maiores bancadas participam da divisão do poder na Casa). O PT tem a segunda maior bancada e terá a opção de pleitear o espaço da minoria na Mesa, conforme prevê o regimento. A bancada pode judicializar a questão se ficar fora do comando da Câmara.

Em seu discurso de agradecimento, Figueiredo reconheceu que não foi fácil para a bancada tomar tal decisão e disse que, simbolicamente, o apoio do PT era “importantíssimo”, já que ele agora tem possibilidade real de chegar ao segundo turno. Para Figueiredo, é preciso que o bloco de esquerda não só marque posição política, como mostre que a oposição “está mais viva do que nunca”.

A intenção do bloco é reverter a decisão do PCdoB, que anunciou apoio a Maia. Zarattini ressaltou que o apoio a Figueiredo era um gesto de união das forças de oposição e que considera possível mudar os votos no PCdoB. “Nós queremos trazer o PCdoB não só para o bloco, mas queremos também que ele apoie o André. Achamos que é a posição mais correta”, afirmou o petista.

“Tenho expectativa ainda, mesmo que tênue, que o PCdoB possa rever sua posição”, disse Figueiredo. O deputado busca o apoio agora da Rede e do PSOL.