O PMDB reagiu ontem, 16, à opção do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, pela candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ao governo nas eleições do próximo ano.
O presidente estadual do partido, Waldyr Pugliesi, disse que a declaração do ministro peemedebista foi “antipartidária”, pois, neste momento, o PMDB do Paraná sinalizou para a candidatura do vice-governador Orlando Pessuti na disputa de 2010.
Já o governador Roberto Requião (PMDB) afirmou que, até a data da convenção, junho de 2010, que vai decidir a posição do partido na eleição, todas as opiniões são aceitas. Depois da convenção, aqueles que não se submeterem à decisão da maioria, terão que sair, frisou.
“Agora, cada um pode colocar a opinião que quiser, mas após o resultado da convenção, quem não concordar com o que for decidido, que saia”, disse Requião. Ele citou que a orientação do partido é construir a candidatura de Pessuti e que a tendência do PMDB é ter candidatura própria.
Sem novidades
O vice-governador Orlando Pessuti disse que não se surpreendeu com a posição do ministro. “Há pelo menos um ano, o Stephanes vem dizendo isso. Entendo que como filiado ao PMDB deveria estar atento às recomendações da executiva, que é pela candidatura própria. Na minha opinião, ele deve rever o posicionamento dele. Como temos 15 meses até as eleições, ele vai ter tempo de repensar e reavaliar e seguir a orientação do partido”, contemporizou.
Para Pessuti, o ministro deveria ter sido mais prudente ao expressar suas opiniões publicamente. “Todos aqueles que estão filiados ao PMDB devem se esforçar e trabalhar no sentido de fortalecer a candidatura própria do partido. Entendo que todo mundo tem o direito de expressar o seu pensamento dentro do partido, mas fora, quando for expressar seu pensamento, que procure seguir o que o partido está recomendando porque, afinal de contas, quando nos filiamos a um partido político, estabelecemos que vamos seguir a orientação partidária”, comentou.
Já Pugliesi fez pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa para lembrar, que na campanha eleitoral do ano passado, Stephanes se comportou da mesma forma em relação ao candidato a prefeito do PMDB em Curitiba. Stephanes declarou que o PMDB não tinha condições de derrotar o prefeito Beto Richa (PSDB), a quem apoiava.
“Da outra vez, ele disse que apoiava o Beto Richa. Agora, é o Osmar Dias. Quem vai ser o próximo?”, ironizou o dirigente peemedebista. Ele criticou ainda o ministro por ter dito que o PMDB do Paraná não tem um candidato forte para disputar a eleição no estado, correndo o risco de repetir o desempenho eleitoral de 2008, em Curitiba, quando Carlos Augusto Moreira ficou em terceiro lugar, com 1,9 % dos votos. “Não há nada mais distante do que comparar o Pessuti com o que aconteceu em Curitiba”, disse.