Desgastado devido a desentendimentos com outros ministros e com a bancada ruralista do Congresso, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse hoje que deverá permanecer no cargo. “Aqui no parlamento pediram o meu pescoço, mas pelo que me consta, ele ainda está no mesmo lugar e provavelmente vai ficar até o fim do governo Lula, então nós temos que nos entender”, disse o ministro, após participar de sessão da Comissão de Meio Ambiente da Câmara para discutir a proposta de emenda à Constituição (PEC) que pretende transformar o cerrado e a caatinga em patrimônios nacionais.

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Nos últimos dias, Minc fez duras críticas aos ruralistas e chegou a chamá-los de “vigaristas”. No contra-ataque, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), presidida pela senadora Kátia Abreu (DEM-TO), pediu a demissão do ministro. Minc reconhece que se excedeu. “É claro que no momento da briga, eu tenho 20 anos de parlamento, sei como é isso, eu no carro da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) me excedi”, disse. Entretanto, ele sinalizou que está disposto a conversar com a senadora para resolver as diferenças.

Minc afirmou ainda que na semana que vem irá procurar a parlamentar do DEM. “Ora, fiz acordo com a soja, com a cana e com o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, por que não posso fazer com a senadora Kátia Abreu, que é muito mais bonita, muito mais simpática e muito mais articulada?”, questionou. “O Brasil precisa de entendimento entre agricultura e ecologia”, disse.

Avaliação do ministério

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O ministro afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, estão contentes com o trabalho da pasta. Segundo Minc, o meio ambiente deixou de ser um problema para o desenvolvimento do País. “Na quinta-feira passada estive com o presidente e ele disse que estava muito contente com o ministério por três razões: primeiro porque o desmatamento da Amazônia caiu pela metade, segundo porque o número de licenças dobrou e terceiro, porque eu tenho bom humor.”

O ministro afirmou que Lula disse que quando ele briga tem de fazer as pazes e tomar cuidado ao falar publicamente de outros ministros. “Eu, como ministro obediente em relação ao meu chefe, não farei mais polêmicas públicas com outros ministros”, afirmou.

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