Vinte por cento dos deputados federais devolveram ou doaram o dinheiro recebido para trabalhar durante a convocação extraordinária do Congresso Nacional. Dos 513 deputados federais, 103 encaminharam ofício à Diretoria Geral da Câmara informando que não desejam receber, ou que irão doar os dois salários extras a que têm direito. O levantamento foi divulgado pela Secretaria de Comunicação da Câmara.
De uma bancada de trinta deputados, foram 13 os parlamentares paranaenses que não ficaram com os salários adicionais. Quatro devolveram ou não chegaram a recebê-los e os outros nove deputados doaram-nos para alguma instituição.
Bancada paranaense
Os dois deputados paranaenses do PPS recusaram os extras. Cézar Silvestri devolveu e Airton Roveda informou à Câmara que vai doar. Dois dos três petebistas da bancada também não vão ficar com os salários: Íris Simões, que desistiu antes que a Câmara pagasse; e Alex Canzianni, que fez doação da primeira parcela ao Instituto do Câncer em Londrina.
Dos três representantes do PSDB, dois fizeram doações: Gustavo Fruet e Luiz Carlos Hauly. Fruet pediu que a Câmara depositasse a primeira parcela diretamente na conta da Apae de Agudos do Sul e a segunda na da Apae da Lapa. Hauly informou à Diretoria Geral da Câmara que doou a primeira parcela a quatro entidades e vai doar também a segunda. Do PFL, Eduardo Sciarra fez doações.
Do PT, três dos oito recusaram os salários. Dr. Rosinha nem chegou a receber, desistindo antes que a Câmara pagasse, Assis Miguel do Colto fez doações e Selma Schons doou R$ 7.358 à Associação de Amigos da Pastoral de Criança de Ponta Grossa.
Com 10 deputados, o maior número de representantes na bancada paranaense, três parlamentares do PMDB não ficaram com os extras: Odílio Balbinotti, André Zacharow, Takayama. Balbinotti está entre os deputados que nem chegou a receber a primeira parcela, por desistir antes que a Câmara pagasse. Zacharow doou a primeira parcela a projetos assistenciais de diversas instituições religiosas e Takayama indicou várias entidades evangélicas para receber o dinheiro diretamente da Câmara.
Esta deve ser a última convocação extraordinária a pagar extras no valor de R$ 25 mil, para deputados e senadores. Além dos parlamentares, servidores da Câmara e do Senado também receberam pela convocação, que começou em 16 de dezembro de 2005 e termina em 14 de fevereiro, custando um total de R$ 95 milhões aos cofres públicos.