Apadrinhado político do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) e colega de turma de seu filho, Fernando Sarney, na faculdade, o engenheiro Ulisses Assad foi afastado da diretoria da Valec, estatal subordinada ao Ministério dos Transportes que tem como principal atribuição construir a ferrovia Norte-Sul.

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Investigado por suspeita de superfaturamento e desvio de dinheiro nos contratos de construção da Norte-Sul, Assad ocupava o cargo de diretor de engenharia desde o início do governo Lula. O afastamento foi determinado pelo ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, e tem duração de 60 dias, prorrogáveis por mais 60.

As suspeitas sobre a atuação dele à frente da mais importante diretoria da Valec surgiram em investigações da Polícia Federal e do Tribunal de Contas da União. Auditoria do TCU apontou superfaturamento de R$ 516 milhões nas obras de um dos trechos da ferrovia, cujo projeto nasceu durante o governo de José Sarney (1985-1990). No ano passado, em relatório enviado à Justiça, a PF relacionou indícios de que Assad usava o cargo para favorecer empreiteiras ligadas à família Sarney.

Sindicância

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De acordo com a versão oficial, porém, o que determinou o afastamento de Assad foi uma sindicância aberta pela Valec para averiguar suspeitas levantadas por auditores. A sindicância teria concluído que, sob o comando de Assad, foram feitas obras em desacordo com normas estabelecidas. A Valec nega superfaturamento.