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Ao celebrar 100 dias, Ernesto Araújo diz que ainda não definiu comando da Apex

Alvo de muitos embates e polêmicas nos primeiros 100 dias de governo Jair Bolsonaro, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, evitou comentar os problemas enfrentados e classificou o período como “extremamente positivo”. “Fizemos bem mais do que esperávamos”, declarou, ao citar, por exemplo, que foi dado “novo impulso a grandes parceiros que estavam subestimados na relação”. Sobre polêmicas enfrentadas pela pasta, o ministro minimizou informando que “estamos implementando a política externa determinada pelo presidente da República, apresentada na sua campanha e que o povo brasileiro escolheu na eleição”. E emendou: “A estrutura da política externa provém da estrutura democrática da eleição do presidente Bolsonaro”.

Araújo evitou ainda comentar a última polêmica em sua pasta, que levou à demissão do segundo presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) somente nos pouco mais de três meses desde o início do governo. O embaixador Mario Vilalva foi afastado após classificar como “golpe” a mudança no estatuto da agência feita pelo ministro, que esvaziava seus poderes. O episódio marcou mais um capítulo da briga interna dentro da agência. De um lado do embate estava o agora ex-presidente da Apex, do outro a diretora de Negócios, Letícia Catelani, e o diretor de Gestão Márcio Coimbra, indicados por Araújo e ligados aos filhos de Bolsonaro.

“Não quero comentar isso. Já fizemos a troca, já fizemos uma nota e vamos em frente”, desconversou o ministro. O chanceler disse que ainda não definiu o novo comando da presidência da Apex. “Estamos conversando com o presidente, temos alguns nomes. Em breve vamos ter uma indicação”, comentou Araújo, acrescentando que não pretende afastar Marcio Coimbra e Letícia Catelani. “Diretores não serão trocados”, observou ele, sem querer assegurar ainda que o próximo presidente da Apex seja um diplomata.

O chanceler comemorou ainda as boas relações com os países árabes, que teriam sido sedimentadas no jantar de quarta-feira com os 51 embaixadores de países árabes e muçulmanos, na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária, onde Bolsonaro esteve presente. Questionado se o encontro eliminou possíveis arestas criadas após aproximação do governo brasileiro com Israel, Ernesto Araújo respondeu: “totalmente eliminada. Aliás, é uma aresta hipotética, que não existia. A realidade é de excelente relação com estes países. A proposta de abrir escritório em Jerusalém mostra nova relação com Israel que será de grande produtividade em várias áreas”. O ministro disse ainda que “sempre houve equilíbrio” nas relações entre os países.

O Brasil é o principal exportador de proteína bovina para o mercado árabe do mundo. Mas, na transição, quando surgiu a discussão sobre a mudança da embaixada de Tel-Aviv para Jerusalém, representantes do mundo árabe disseram que poderia haver boicote aos produtos brasileiros.

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