Apesar das críticas da cúpula nacional do DEM contra o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), acusado de chefiar um esquema de corrupção conhecido como “Mensalão do DEM”, o diretório regional da legenda informou hoje que manterá o apoio ao atual governo do DF. Coube ao vice-governador, Paulo Octávio, fazer esse anúncio, após quase duas horas de reunião do diretório regional do partido em Brasília.
O DEM divulgou um comunicado à imprensa no qual diz: “Fica mantido o apoio às ações que constam do plano de governo que vêm sendo tão bem implementadas em benefício da população do Distrito Federal.” Em outro trecho da nota, o partido reitera o apoio também “às ações do presidente (local da legenda), Paulo Octávio, e do secretario, Flávio Couri, que detêm a confiança e o respeito do partido.”
Duramente criticado por líderes do partido depois que apareceu em um vídeo em poder da Justiça recebendo maços de dinheiro, Arruda pediu desfiliação do DEM em dezembro passado para evitar o desgaste político de ser expulso. Sem partido, ele não poderá concorrer à reeleição em outubro. Segundo as investigações da Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal (PF), o esquema que o governador é acusado de chefiar arrecadava dinheiro de empresas favorecidas por contratos com o governo e distribuía propina a deputados distritais e secretários, ao próprio Arruda e ao vice-governador.
Eleição
Paulo Octávio, que na semana passada anunciou que não será candidato ao governo do Distrito Federal, sinalizou hoje que pode recuar da decisão. Ao final da reunião de hoje do diretório regional do DEM, questionado sobre sua decisão, o vice-governador disse esse assunto só será discutido em junho, na convenção regional.
Em frente às câmeras, Paulo Octávio foi evasivo ao responder a uma pergunta sobre participar ou não da disputa. Outro repórter perguntou, então, se a candidatura estava mantida. Mais uma vez, o vice evitou dar uma resposta categórica. “Eu não me lancei candidato. Existe uma grande confusão. Como presidente do partido, eu não poderia lançar meu nome como candidato ao governo. Este assunto só será discutido em junho deste ano.”