Imprensa

ANJ prega maior transparência entre jornais e leitores

 

A Associação Nacional de Jornais – ANJ – aprovou nesta quinta (26), em Brasília, o Programa Permanente de Autorregulamentação da ANJ, por meio do qual a entidade aponta, entre outros, cinco caminhos de boas práticas que podem ser seguidos pelos associados para a implementação em suas empresas. Uma cartilha com o Programa estará disponível no site da Associação.

“Principalmente após a queda da lei de imprensa, pelo Supremo Tribunal Federal, evidenciou-se a necessidade de uma ação específica para regular a publicação de notícias, além de um desejo da ANJ em promover maior transparência na relação com os leitores”, afirmou a presidente da Associação, Judith Brito. Segundo ela, o programa de autorregulamentação demonstra “que a ANJ não aceita interferências externas ou censura na prática do jornalismo”, além de refletir a “enorme responsabilidade que os jornais assumem”.

Sobre este assunto, a ANJ participa nesta sexta-feira (27) na sede do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília do Fórum Internacional Liberdade de Imprensa e Poder Judiciário. Participam representantes da grande imprensa nacional e outros países.

Na Assembléia Geral foram aprovadas, ainda, alterações no Estatuto Social para adequá-lo à implantação do programa. A mudança estatutária, conforme o diretor do Comitê de Relações Governamentais da associação, Paulo Tonet Camargo, foi realizada na seção II do capítulo III, que define os deveres dos associados. Com ela, os jornais e sites devem criar um modelo de autorregulamentação, comunicar a ANJ e informar com clareza aos leitores o que está sendo instituído. O período para implantação, se de um ano ou mais, ainda será definido.

Judith Brito considera que a autorregulamentação, traduzida no programa lançado pela Associação, é “ampla, descentralizada e criada e executada conforme a necessidade de cada jornal, em acordo com seu público leitor, de forma transparente”. O modelo sugerido pela entidade, segundo o vice-presidente Nelson Sirotsky, não segue qualquer tendência, por não haver um padrão mundial para o tema, mas é resultado do estudo de diversos modelos executados em jornais brasileiros e estrangeiros.

Programa

Na cartilha que divulga o Programa Permanente de Autorregulamentação da ANJ são apontadas cinco sugestões de boas práticas para todos os associados: reconhecimento e publicação de erros, canais de atendimento aos leitores, publicação de cartas/e-mails de leitores, fóruns de análise crítica, e processos de relacionamento com os leitores.

No primeiro, de reconhecimento e publicação de erros, o programa exemplifica as colunas de Correção e Erramos já apresentada em jornais brasileiros. É o compromisso das empresas em reconhecer erros apontados por leitores ou equipes internas, com identificação clara do ocorrido.

No segundo, de canais de atendimento, apontam-se meios de acesso do leitor, nunca anônimo, à área editorial, com a publicação de telefones, fax, endereços para cartas ou e-mails, chats e outras formas. Já no terceiro, a publicação de cartas e e-mails de leitores, sugere-se aos jornais deixar clara a política de publicação dessas formas de contato com o público dos periódicos.

No quarto caminho indicado, os fóruns de análise crítica, sugere-se a presença de um ombudsman, profissional contratado que atuará como um crítico do jornal e representante dos leitores. Ou a criação de um Conselho de Leitores, também com regras claras de funcionamento e interlocução com a publicação, e, ainda, o Conselho Editorial.

Finalmente, no quinto caminho, a ANJ sugere a instituição de um Manual ou Guia de Ética que seguirá os princípios éticos do jornal (uso de imagens e off etc…) e da Associação. Exemplifica, ainda, com a possibilidade de criação de um blog ou carta do editor, que comentará aspectos éticos e procedimentos jornalísticos adotados em matérias complexas ou polêmicas, por exemplo.

As informações são da ANJ.

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