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Angola tem o maior volume de contratos com o BNDES

A maior parte dos países citados pelo Departamento de Justiça americano no acordo anticorrupção assinado em dezembro do ano passado com a Odebrecht, com indícios de que houve corrupção nos negócios com a empreiteira, iniciou investigações para apurar irregularidades. Não há, porém, notícias sobre apurações em Angola, justamente o país com o maior volume de contratos fechados com o BNDES.

O país é comandado por José Eduardo dos Santos há 38 anos. O presidente se reelegeu em 2012, com campanha feita pelo marqueteiro brasileiro João Santana, que foi preso na Lava Jato. O publicitário foi o responsável por diversas campanhas vitoriosas, entre elas a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente cassada Dilma Rousseff.

Para fazer a campanha de Angola, Santana chegou a afirmar, em maio de 2015, que recebeu US$ 20 milhões, mas se soube meses depois que a conta chegou a US$ 50 milhões.

Angola foi o país que mais recebeu recursos do BNDES. Entre os anos de 1998 e 2016, foram US$ 3,2 bilhões de financiamentos contratados somente para fazer frente a obras da Odebrecht – US$ 1,7 bilhão desde a reeleição de Santos.

Na República Dominicana, a campanha foi interrompida no meio do caminho. Santana era o publicitário na tentativa de reeleição de Danilo Medina, mas teve a prisão decretada no Brasil. Medina acabou se reelegendo mesmo assim.

Durante seu primeiro mandato, que começou em 2012, os financiamentos para obras da Odebrecht somaram US$ 1,2 bilhão. Hoje, a Republica Dominicana é um dos países que estão investigando a atuação da empreiteira, e o presidente Medina negou que a Odebrecht tenha feito qualquer pagamento para sua campanha.

Venezuela

A República Dominicana é o terceiro maior contratante do BNDES, atrás da Venezuela. No país sul-americano, Santana foi o publicitário da reeleição de Hugo Chávez, em 2012, que tinha Nicolás Maduro, atual presidente, como vice.

Juntos, os três países contrataram quase US$ 10 bilhões em empréstimos com o BNDES entre os anos de 1998 e 2016, de um total de US$ 14,3 bilhões. Somente referente a obras da Odebrecht são cerca de US$ 6,5 bilhões.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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