Logo após o Conselho de Ética ter aprovado nesta quarta-feira (20) a cassação do mandato parlamentar do deputado André Vargas (sem partido-PR), o ex-petista divulgou uma nota na qual diz que o processo no colegiado foi conduzido com “açodamento e politização excessiva”.
“Todo o processo foi conduzido sem quórum e de forma autoritária, sem permitir o livre exercício da minha defesa”, afirma o deputado em nota. Vargas é acusado de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal no âmbito da operação Lava Jato, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro suspeito de movimentar cerca de R$ 10 bilhões.
No documento, o parlamentar também manifesta intenção de recorrer do resultado na Comissão de Constituição e Justiça e no Judiciário. Ele também alega que não teve garantido seu direito de defesa e que testemunhas-chave não foram ouvidas, inclusive ele mesmo.
Vargas também critica a nomeação de última hora de novos conselheiros para garantir o quórum mínimo de votação que possibilitou a aprovação do relatório do deputado Júlio Delgado (PSB-MG). “Não conseguindo quórum até as 13h, promovem uma manobra antirregimental, incluindo Rubens Bueno (PPS-PR) como membro. É revoltante.”
O relator Júlio Delgado (PSB-MG) e o presidente Ricardo Izar (PSD-SP) mobilizaram a nomeação de novos conselheiros para garantir o número mínimo de votantes.
O PSD indicou o líder do PPS Rubens Bueno (PR) para uma vaga em aberto e o deputado Mandetta (DEM-MS) – ausente da Câmara hoje – renunciou ao seu lugar no colegiado para que o pessebista Pastor Eurico (PE) pudesse ocupá-lo.
Para ser confirmada, a perda de mandato de Vargas precisará ainda ser votada pelo plenário da Casa, mas parlamentares consideram improvável que isso aconteça antes das eleições. Na nota, o parlamentar também disse que a votação do parecer no dia de hoje serviu para “ocupar espaço na mídia”.