O presidente estadual do PT, deputado federal André Vargas, é uma das opções do Campo Majoritário, uma das tendências petistas, para concorrer à presidência nacional do partido, no Processo de Eleições Diretas (PED), marcado para 2 e 16 de dezembro, quando serão renovadas também as direções estaduais e municipais. Vargas deixará o comando estadual, em que está desde 2001.
O nome do deputado paranaense é defendido por um grupo de deputados federais do PT de vários estados e foi lançado depois que o atual presidente nacional da sigla, Ricardo Berzoini, confirmou que não pretende continuar no cargo. Em reunião anteontem da executiva nacional, Berzoini repetiu que não pretende concorrer à reeleição.
Foto: Agência Câmara |
Vargas: grupo cresce. |
Deputado federal pela primeira vez nesta legislatura, Vargas disse que sua indicação, assim como a de outros nomes, será discutida no final do mês, quando o grupo realiza um seminário em Atibaia, nos dias 28 e 29. ?Tem um caminho longo ainda até uma candidatura?, disse Vargas, citando que, independente da posição que ocupar, está decidido a integrar a direção nacional do partido. O último prazo para a inscrição de chapas é no dia 9 de outubro.
Além do deputado paranaense, estão cotados ainda outros deputados federais petistas como José Pimentel (CE), Carlos Abicalil (MT),e Marco Maia (RS). Vargas disse que a escolha do nome do Campo depende de uma articulação com outras forças internas, como os grupos Novos Rumos e PT de Lutas e Massas, vinculados à ministra do Turismo, Marta Suplicy. Juntos, estes grupos poderiam vencer a ala comandada pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, que trabalha pela candidatura do ex-governador Olívio Dutra à presidência do partido.
Foto: Aliocha Mauricio |
Berzoini: de saída. |
Aliado mais próximo do ministro do Planejamento Paulo Bernardo, Vargas disse que seu nome despontou em razão de duas situações particulares: ele tem uma atuação parlamentar e o crescimento do seu grupo no Paraná, que indicou mais de 80% dos delegados estaduais do Campo Majoritário ao 3.º Congresso Nacional, encerrado em São Paulo, no domingo passado.
?Eu estou chegando agora no Congresso Nacional, mas tenho bastante tempo de máquina partidária?, comentou. Vargas é pré-candidato à Prefeitura de Londrina. Se disputar a presidência do partido, o deputado federal terá que abandonar o projeto.
Auto-estima
Vargas disse que o próximo presidente nacional do partido terá alguns desafios pela frente. Um deles é fortalecer a auto-estima dos petistas, disse. O outro é enfrentar o processo eleitoral de 2010 sem Lula como candidato.
Para Vargas, as eleições municipais do próximo ano são o primeiro teste do partido. O presidente Lula está no comando de uma coalizão de partidos que terão interesses conflitantes na disputa municipal e terá que se manter à distância da eleição, disse.
Partido quer engordar bancada estadual
O PT do Paraná poderá engordar sua bancada estadual nos próximos
dias. O líder do PT na Assembléia Legislativa, deputado Elton Welter,
disse que o partido fez convites e foi procurado pelos deputados Chico
Noroeste (PR), Dr. Batista (PMN) e Felipe Lucas (PPS). Os três
deputados estão conversando informalmente com o partido sobre a
possibilidade de filiação.
Welter afirmou que Dr. Batista já
conversou com o diretório municipal do PT de Maringá, sua base
eleitoral, onde recentemente o PT perdeu uma de suas lideranças, Ivo
Caleffi, que se mudou para o PMDB. Já Chico Noroeste terá que se
entender com o ex-deputado federal Dilto Vitorassi, uma das lideranças
do PT de Foz do Iguaçu. No caso de Felipe Lucas, as negociações são
mais embrionárias, mas o deputado está desconfortável no PPS, que o
pressiona para que se afaste da base do governo.
Em Maringá, o
empecilho ao ingresso de Dr. Batista pode ser as eleições municipais.
Se o deputado tiver planos de concorrer novamente às eleições para a
Prefeitura, vai encontrar o espaço ocupado no PT pelo secretário do
Planejamento, Enio Verri.
O presidente do PT do Paraná, André
Vargas, afirmou que todos os contatos feitos foram informais e que a
entrada de deputados e prefeitos no partido depende do aval do
diretório estadual. ?A grosso modo não há ainda nenhuma discussão, mas
o partido está aberto a conversar sobre o tema?, disse.
A
bancada estadual do PT tem seis deputados. É a segunda em plenário,
empatada com a bancada tucana. Na legislatura anterior, o PT elegeu
nove deputados. Na eleição do ano passado, perdeu três cadeiras.