André Vargas contesta contas do tucano

O presidente estadual do PT, André Vargas, considerou ?equivocada? a declaração do governador em exercício, Hermas Brandão (PSDB), sobre os efeitos da aliança entre PT e PMDB no resultado eleitoral obtido pelo governador reeleito Roberto Requião (PMDB) no segundo turno das eleições. ?É só ver as pesquisas de intenções de voto antes e depois da declaração de apoio ao Requião feita pelo presidente Lula?, comparou.

Para o petista, se Requião tivesse optado pelo apoio a Geraldo Alckmin (PSDB) na sucessão presidencial, o desfecho eleitoral no estado seria outro. ?O governador hoje seria o Osmar Dias. Com todo o respeito, mas as contas do deputado Hermas Brandão não batem. O Alckmin diminuiu sua votação no Paraná no segundo turno. O Lula só aumentou. Mas é claro que o Hermas, sendo do PSDB, vai fazer uma interpretação que lhe seja favorável?, declarou.

Composição

Vargas disse ontem que o PT ainda não discutiu participação no próximo mandato de Requião. O presidente estadual do partido observou que o PMDB não deve nada ao PT pelo apoio no Paraná, assim como Requião não tem nenhum débito pelo apoio que recebeu. ?Estamos quites. Não há credores ou devedores nesta história. O PT esteve unido na campanha de Requião. E o PMDB fez o que se comprometeu a fazer?, disse.

A relação que o PT espera estabelecer com o governador é de colaboração com o governo Lula, disse Vargas. ?Essa é a única contrapartida que queremos. Não queremos entrar nessa discussão de cargos. Nossa discussão tem que ser política e ela se dará sobre a contribuição que o Paraná pode dar no sentido de colaborar com o governo federal?, declarou.

Institucional

Vargas disse que se houver um convite de Requião para o PT participar do governo, terá que ser no plano institucional. Ou seja, dirigido ao partido e não individualmente a um filiado. Neste mandato, o PT integrou o governo, mas os convites foram pessoais ao ex-secretário do Trabalho e Emprego, padre Roque Zimmermann, e ao ex-assessor especial Daniel Godoy. A direção estadual do partido sempre negou que o partido estivesse formalmente compondo o governo.

O presidente estadual do PT disse que, nesta campanha eleitoral, o governador reeleito se comprometeu a conversar com a direção do partido e não apenas com alguns setores. ?O compromisso é esse. As discussões têm que acontecer nessa instância partidária?, comentou.

Na próxima semana, a bancada estadual do partido deve se reunir na Assembléia Legislativa para discutir o próximo governo do estado. Vargas disse que o PT não precisa, necessariamente, estar na base aliada, e que nada impede que adote uma postura independente em relação ao Palácio Iguaçu. 

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