A incapacidade de consolidar a aliança com o PMDB foi responsável pelo resultado adverso do PT do Paraná nas eleições municipais deste ano. A explicação foi apresentada ontem pelo deputado federal André Vargas, um dos petistas que saíram derrotados das eleições. Ele disputou e perdeu o primeiro turno para a prefeitura de Londrina.
Para Vargas, o PMDB e o PT não podem cometer o mesmo erro na sucessão estadual de 2010. Vargas avalia que o PMDB também saiu perdendo das eleições municipais.
Tanto como o PT, o partido do governador Roberto Requião não foi bem votado nas maiores cidades, avaliou o deputado federal petista. Ex-presidente estadual do PT, até o ano passado, Vargas concluiu que nem peemedebistas nem petistas avaliaram o estrago que sofreriam ao seguirem, cada um para o seu lado, na disputa deste ano.
Apesar de um protocolo de intenções assinado entre os dois partidos, que apresentava as duas siglas como aliadas preferenciais, cada um montou seu palanque, disse Vargas.
No caso de Curitiba, ele comentou que, se em vez de lançar um candidato que fez 1,9% dos votos, o PMDB tivesse apoiado a petista Gleisi Hoffmann, o resultado da eleição para os dois partidos seria outro. “Poderíamos não ganhar, mas teríamos saído mais fortalecidos. Nós nos fragilizamos ao sairmos separados”, afirmou.
A reaglutinação de forças entre PMDB e PT não pode esperar até o ano da eleição, apontou Vargas. No mais tardar, os dois partidos têm que sentar já no início de 2009 para conversar sobre 2010, disse o deputado federal.
“Se o PT e o PMDB não tomarem juízo agora, vai ser quando?”, questionou Vargas. Ele acha que o PR e até mesmo o PDT, dirigido pelo senador Osmar Dias no Paraná, poderão integrar essa aliança.
Para Vargas, ao se incorporar à aliança em torno da reeleição do prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), na eleição deste ano, Osmar ajudou a fortalecer um concorrente. “Ele se aproximou de quem iria disputar com ele. Mas existe uma porta aberta entre o PT e o PDT”, disse o ex-presidente estadual do PT.
A frente formada encabeçada pelo PSDB na disputa em Curitiba e repetida em outras cidades foi uma estratégia acertada e eficiente, afirmou Vargas. “Foi uma estratégia vitoriosa. Temos que reconhecer. Se eles vão conseguir manter a unidade não sei”, comentou.