O presidente estadual do PT, André Vargas, aceitou ontem ser o secretário de Trabalho do governo Requião, desde que seu partido aprove a decisão. Ao lado do diretor-presidente de Itaipu, Jorge Samek, e de Gleisi Hoffmann, Vargas participou de uma reunião ontem à tarde com o governador para acertar os detalhes finais da participação do PT na administração estadual. É a primeira vez que o governo Requião chama o PT para o secretariado.
Vargas lembrou que desde as eleições o PT está com uma boa relação institucional com o governo Requião. Segundo Vargas, o PT vai ocupar uma posição estratégica no governo do Estado, com Ênio Verri na pasta de Planejamento, Valter Bianchini na de Agricultura, e de ele próprio na Secretaria de Trabalho realizando atividades conjuntas. Além disso, lembra o deputado, Lygia Puppato permanece na Secretaria de Ciência e Tecnologia e Marcos Mazoni, na diretoria da Celepar. ?Vargas disse que os integrantes do partido pretendem trabalhar de maneira integrada, com ações conjuntas entre as secretarias. Há ainda a possibilidade de outro petista, Irineu Colombo, assumir a Secretaria Especial para Assuntos do Paraná em Brasília. ?Todos esses são potenciais secretários mas ainda passarão por uma avaliação do partido e aguardarão a decisão do governador?, ressaltou.
O secretário-chefe da Casa Civil, Rafael Iatauro, confirmou que as conversas do governo com o PT estão bastante encaminhadas. ?O pessoal do PT passou mais de uma hora reunido com o governador e um acerto está bem próximo?, comentou.
Se, por um lado, o governador já tem definido os nomes dos titulares de quatro secretarias, ele vai ter de pensar em um plano B para assumir a pasta dos Transportes. Convidado por Requião na semana passada para assumir a secretaria, o deputado federal Max Rosenmann foi ontem ao Palácio Iguaçu anunciar pessoalmente que decidiu não aceitar o convite.
?Fiquei muito contente com o convite e quero agradecer a todos os partidários do PMDB, que me ligaram, incentivando, principalmente aqueles que votaram em mim e se manifestaram. Mas disse ao governador que eu preciso ir a Brasília e lá cuidar dos interesses do Paraná?, afirmou o deputado, eleito pela sexta vez em 2006.
Rosenmann disse considerar a pasta de Transportes uma responsabilidade honrosa e de extrema importância e competência dentro do governo Requião, que luta contra a privatização das estradas paranaenses, mas acredita que poderá fazer mais pelo Estado desempenhando seu papel na Câmara.
Quanto à opção do deputado Max Rosenmann de continuar em Brasília, o secretário da Casa Civil considerou uma decisão natural e revelou que, ao menos na sua opinião pessoal, a tendência seria a permanência do atual secretário da pasta, Rogério Tizzot.
Nas discussões de ontem também abriu-se uma brecha para que um nome do PSDB, da ala que apoia o governo, assuma uma das secretarias. Essa possibilidade estaria sendo discutida diretamente entre Requião e Hermas Brandão, que desconversou sobre a hipótese. ?Nosso apoio ao governo é sem nenhum compromisso com cargos. Se o convite surgir, aí que nos reuniremos para discutir se aceitamos e quais nomes poderíamos indicar?, disse o presidente da Assembléia.