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O deputado André Luiz (sem partido-RJ), acusado de prática de extorsão contra o empresário de jogos Carlos Augusto Pereira Ramos, o Carlinhos Cachoeira, poderá depor já na próxima semana no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Federal, onde responde a processo por falta de decoro, que pode levar à perda de mandato.

Na próxima terça-feira (dia 14), o relator do caso, deputado Gustavo Fruet (sem partido-PR), apresenta o cronograma de trabalho. Se aprovado, Fruet pretende convocar André Luiz para depor. Ontem, o relator informou que vai deferir quase todos os pedidos feitos por André Luiz em sua defesa escrita, apresentada na última quarta-feira. Fruet não concorda com o pedido de sobrestar o processo enquanto não for julgado um outro que corre contra o parlamentar.

Além de pedir para depor, o deputado carioca indicou cinco testemunhas e também uma perita para analisar a fita contendo a gravação de uma conversa onde supostamente André Luiz pediria dinheiro a Cachoeira para interferir a seu favor na CPI da Loterj, na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro.

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Também deverão ser convocados para depor no processo o empresário Carlinhos Cachoeira; seu sócio, o publicitário Alexandre Chaves, apontado como responsável pela gravação da conversa entre André Luiz e Cachoeira; o deputado estadual Alessandro Calazans (PV-RJ), presidente da CPI da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) que apurou as denúncias de corrupção na Loterj; o presidente da Alerj, Jorge Picciani; e os dois relatores da CPI, deputados Luiz Paulo Corrêa da Rocha e Paulo Melo.

O Conselho de Ética da Câmara tem prazo de 90 dias (contados a partir de 25 de novembro, quando foi instaurado o processo) para concluir o processo contra André Luiz. O parecer do conselho será depois submetido ao plenário da Câmara, que, por voto secreto e maioria absoluta, decidirá se cassa ou não o deputado acusado. A contagem do prazo é suspensa durante o recesso parlamentar.

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Combustíveis

O delegado da Polícia Federal Cláudio Nogueira confirmou ontem que vai depor na próxima quinta-feira na comissão de sindicância instalada pela Câmara dos Deputados para apurar denúncias de existência de um esquema destinado a extorquir empresários e pessoas investigadas por CPIs ou pelas comissões permanentes.

Nogueira coordenou a chamada "Operação Ouro Negro", que investigou a máfia de adulteração de combustíveis e sua ligação com integrantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. O deputado André Luiz é investigado também neste caso. A comissão de sindicância, formada pelos deputados Luiz Piauhylino (presidente), Gustavo Fruet, Antônio Carlos Biscaia, Denise Frossard e Vanessa Grazziotin, também quer informações da Petrobras sobre os pedidos de cotas de combustível e solvente formulados por parlamentares.