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Analistas apontam falta de novos líderes políticos

A eleição de 2018 representa um desafio para nomes conhecidos da política nacional, que tiveram desempenho abaixo das expectativas nas urnas. Os candidatos derrotados Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede) e Eduardo Suplicy (PT) e também o senador José Serra (PSDB) são alguns exemplos.

Alckmin e Marina Silva, por exemplo, receberam, respectivamente, 4,76% e 1% dos votos no primeiro turno da corrida presidencial, enquanto Suplicy sofreu sua segunda derrota consecutiva ao Senado, onde já atuou por 24 anos.

O professor Luiz Bueno, da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), ressalta que ainda é possível que essas figuras consigam retornar em outras eleições, pois têm capital político para isso. “Vai depender da adequação e do ajuste no posicionamento deles.” A tendência é que ocupem cargos no Legislativo ou ministérios.

Este cenário abre espaço para novos nomes, mas descobrir quem irá ocupar os espaços dependerá do tempo. Na avaliação de Kléber Carrilho, cientista político da Universidade Metodista de São Paulo, isso acontece em razão da incapacidade dos partidos em renovar seus quadros. “Devemos ter instabilidade democrática pela falta de liderança, já que as siglas não conseguiram formar novos políticos. O ideal é que haja gente pronta em todas as gerações, mas há um vácuo”, diz.

O professor Maurício Fronzaglia, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, atribui a falta de novos líderes à inabilidade e ao desinteresse dos partidos em formar quadros. “As estruturas partidárias são rígidas e não favorecem o aparecimento de novos líderes, a não ser que os candidatos construam sua fama em outra área”, cita. “Os líderes dificilmente abrem mão do poder e as barreiras de entrada são muito grandes”, avalia.

Os recentes escândalos políticos também são responsáveis por dificultar o futuro de quadros nacionais, aponta Kléber Carrilho. Ele cita a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e Aécio Neves, ambos senadores que decidiram descer um grau: foram eleitos deputados, mas eram integrantes de uma geração com potencial de projeção nacional. Em 2014, Aécio teve 48,36% dos votos na disputa presidencial, quando perdeu para Dilma Rousseff (PT).

“Esse problema atinge todos os partidos. Parece que eles ficaram tão felizes estando no poder que não foram capazes de renovar seus quadros. Agora temos ou atingidos pelos escândalos ou líderes ainda tímidos, deixando o futuro incerto”, diz Carrilho. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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