O Brasil está “na infância” em temas como segurança cibernética, admitiu nesta quarta-feira o ministro da Defesa, Celso Amorim, em reunião da Comissão de Relações Exteriores do Senado. “As vulnerabilidades existem e são muitas.” Amorim ressalvou, por outro lado, que o Brasil não está sozinho nessa situação. O próprio secretário da Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, disse, reconheceu o risco de o país viver um “Pearl Harbor cibernético”, em referência ao ataque que foi uma operação aeronaval à base norte-americana, efetuada pela Marinha Imperial Japonesa na manhã de 7 de Dezembro de 1941.
Países europeus, como a Alemanha, foram igualmente pegos de surpresa pela dimensão do suposto monitoramento dos dados. O sistema brasileiro é particularmente frágil porque os programas de segurança são todos estrangeiros. “Meu computador, por exemplo, eu aperto um botão e ele deve ligar direto na Microsoft”, afirmou. “E sou ministro da Defesa.”
Ele defende o desenvolvimento de equipamentos e programas nacionais. O País é vulnerável também porque todas as comunicações, “inclusive as de Defesa”, passam por um satélite que não é do País. “Isso torna mais frágil a segurança”, afirmou. O governo prepara a montagem de um satélite geoestacionário brasileiro. “É prioridade da Defesa, inclusive porque ela terá uma faixa própria”, declarou.