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‘Amigo me pediu que conversasse sobre cerveja’, diz mensagem de Bumlai

A Polícia Federal destacou em relatório na Operação Lava Jato mensagem apreendida no computador do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O aparelho foi apreendido em um apartamento de Bumlai, em Ipanema, no Rio.

Condenado a 9 anos e 10 meses de prisão por gestão fraudulenta de instituição financeira e corrupção na Lava Jato, Bumlai está preso em Curitiba, base da operação. Ele é protagonista do emblemático empréstimo de R$ 12 milhões que tomou junto ao Banco Schahin, em outubro de 2004.

“O amigo me pediu hj antes de viajar que conversasse com vc sobre cerveja. Se puder me chame pois ele me pediu retorno amanhã. Abs”, diz a mensagem.

Segundo a Federal, ‘trata-se de mensagem, provavelmente encaminhada ao celular do investigado’.

“No corpo do texto da mensagem há palavras geralmente utilizadas em referência a pagamentos escusos, tais como os codinomes ‘amigo’ e ‘cerveja’ abaixo destacados. O arquivo não foi completamente recuperado, desta forma, a análise restou superficial, não se obtendo os dados do remetente e/ou número deste”, analisa a escrivã da PF Larissa Maria Cabral, que subscreve o relatório.

No documento, a Federal também destaca uma mensagem de celular entre Bumlai e um interlocutor não identificado, que diz precisar conversar com o pecuarista e fazer uma proposta ‘da qual ele ficaria eternamente grato e teria retorno financeiro’.

Segundo o documento, este arquivo também não foi completamente recuperado, ‘desta forma, a análise restou superficial’.

“Oi Zé queria ter aquela conversa com vc… Vc poderia hoje depois das 19… Queria te fazer uma proposta”, diz o primeiro trecho da mensagem. “Além de me prestar um favor, vou ficar eternamente grato e vc vai ter um retorno financeiro por isso.”

Ao analisar o material apreendido com Bumlai, a PF procurou coletar dados e-mails, mensagens, recibos, agendas, ordens de pagamento e documentos de contas no Brasil e no exterior ‘relativas à prática dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, detalhando-se aqueles de relevante interesse investigativo’.

No apartamento do pecuarista, segundo este relatório, também foram apreendidas duas escrituras.

Uma escritura registrada em cartório de Contrato de Financiamento ‘mediante abertura de crédito n. 08.2.1031.1 realizado entre o BNDES e a São Fernando Açúcar e Álcool, com a interveniência de terceiros’, com crédito de R$ 330,509 milhões, de 12 de dezembro de 2008.

Foram achadas ainda duas minutas de contrato de confissão de débitos realizado entre o BNDES e as empresas Bertin e São Fernando. Os documentos estavam sem data e/ou assinaturas.

No caso do empréstimo de R$ 12 milhões junto ao Banco Schahin, segundo o próprio pecuarista, o dinheiro foi destinado ao PT, na ocasião em dificuldades de caixa.

Segundo a Lava Jato, em troca do empréstimo, o Grupo Schahin foi favorecido por um contrato de US$ 1,6 bilhão sem licitação com a Petrobrás, em 2009, para operar o navio sonda Vitória 10.000.

Lula, que não é acusado nesta ação, teria dado a ‘bênção’ ao negócio – o que é negado pela defesa do petista.

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