AMB faz campanha contra o voto nulo

Foto: Agência Brasil

Rodrigo Collaço: voto nulo ajuda os maus políticos.

Como última etapa da Operação Eleições Limpas, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) lançou ontem uma campanha contra o voto nulo e uma versão revisada e ampliada da cartilha de orientação ao eleitor. Segundo a instituição, a operação, que teve início em 10 de maio deste ano, tem como objetivo ?fornecer subsídios para que os cidadãos denunciem ao Ministério Público Eleitoral quaisquer indícios de fraudes?.

O mote desta fase da campanha é ?Não anule seu protesto. Não anule seu voto?. E pretende ?estimular o eleitor a fazer da escolha do melhor candidato, a forma mais veemente de repúdio aos homens públicos que recentemente mancharam o cenário político nacional?.

A campanha é uma reação a alguns movimentos da sociedade em favor do voto nulo. Movimentos anarquistas e internautas têm defendido o voto nulo nas próximas eleições, como forma de protestar contra a corrupção na política. Diante dessas manifestações, a AMB lançou a campanha contra o voto nulo. Na nova edição da cartilha Operação Eleições Limpas, os magistrados dizem que o voto nulo é um contra-senso e não serve para nada.

?Não é um protesto inteligente porque vai beneficiar o mau candidato, aquele que se elege com base em esquema partidário?, argumenta o juiz e presidente da AMB, Rodrigo Collaço. ?Esse protesto vai acabar alimentando essa desilusão política que vivemos no Brasil. Precisamos melhorar a nossa representação política e o voto nulo não ajuda nesse sentido.?

O escritor anarquista Roberto Freire, um dos defensores do voto nulo, lembrou, em entrevista à Agência Brasil, que o pleito pode ser automaticamente anulado se houver mais de 50% de votos nulos. Freire está entre os que defendem o voto nulo como reação à corrupção na política. Carlos Rodrigues, do movimento Anule o Seu Voto, diz que não basta votar nulo como atitude isolada. O importante não é só votar nulo, com ignorância. Você vai votar nulo com inteligência, protestando, afirma Rodrigues.

O presidente da AMB reconhece que, legalmente, o voto nulo pode anular o pleito se representar mais de 50% dos votos, mas somente nas eleições majoritárias. ?É uma possibilidade que considero remota?, afirma Collaço.

Segundo ele, na avaliação da AMB, alguns eleitores tendem a anular o voto principalmente a deputado federal e estadual. 

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