A investigação sobre o assassinato do radialista Valderlei Canuto Leandro, de 33 anos, ocorrido em Tabatinga, a 1.105 quilômetros de Manaus, no dia 2 de setembro, está “avançada”, segundo a assessoria da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas.
De acordo com a assessoria, não há como dar detalhes da investigação para não prejudicar o andamento do trabalho da polícia local. Hoje, o Committee to Protect Journalists (CPJ) fez um apelo às autoridades brasileiras para investigar a morte do radialista.
Canuto foi assassinado com dois tiros na cabeça por motoqueiros, a poucos metros de sua casa. Segundo um membro da família, ele trabalhou na Rádio Santa Rosa, do Peru, até abril deste ano, e fazia críticas à administração do prefeito, Saul Nunes Benerguy (PR), por conta de sua atuação contra o Sindicato dos Mototaxistas de Tabatinga, do qual o radialista era diretor. Canuto tinha dois filhos.
Em maio, Canuto protocolou no Ministério Público Estadual, segundo cópia de documento obtido pela reportagem, uma denúncia contra o prefeito, que o teria ameaçado de morte e sido o responsável por sua demissão da rádio.
O prefeito da cidade, afirmou, ao telefone, que nunca pediu a demissão de Canuto. “Que poder eu teria sobre uma rádio no Peru?”, questiona. Benerguy defende ter todo o interesse na apuração da morte do radialista. “Ele era uma voz da oposição e até a própria oposição pode ter se organizado para matá-lo para tentar me incriminar”, disse. Segundo ele, há todo o apoio da prefeitura na investigação do crime por parte da secretaria de Segurança.
Amanhã, 15, deputados da Assembleia Legislativa vão realizar uma reunião itinerante em Tabatinga e a morte de Canuto será um dos assuntos, segundo a assessoria do órgão.