Um dos pré-candidatos do PSDB ao governo do Paraná, o senador Alvaro Dias voltou a questionar, ontem, a possibilidade de o prefeito de Curitiba, Beto Richa (o outro pré-candidato do partido) renunciar ao mandato no início do ano que vem para disputar as eleições estaduais, deixando a prefeitura para o vice, Luciano Ducci, do PSB. Em entrevista à rádio CBN, Alvaro sugeriu que Beto espere 2014.
Dizendo que a análise do quadro é uma questão de interpretação, Alvaro lembrou os compromissos firmados por Beto na campanha do ano passado. “A minha opinião é que o cargo de prefeito de uma capital importante como Curitiba implica no compromisso de respeitar o voto popular e cumprir o mandato integralmente”, disse Alvaro.
Ele também reafirmou que, se eleito governador, não se candidatará à reeleição em 2014, deixando o caminho livre para Beto Richa. “O Beto é jovem ainda e tem um futuro promissor. Não vejo razão para pressa. Se for eleito governador do Paraná, não vou disputar a reeleição. E nem é preciso fazer um acordo agora para garantir isso”. Procurado por O Estado, o senador disse que não queria mais comentar o assunto para não ser mal-interpretado.
O fato de ter de deixar a prefeitura nas mãos do PSB para lançar Beto Richa candidato pode ser uma preocupação dentro do PSDB, principalmente em nível nacional.
Se no Paraná o partido vem de uma longa parceria com os tucanos, na esfera federal o PSB é da base de apoio ao governo Lula (PT). Com a iminente polarização das eleições presidenciais entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), o PSB nacional deverá estar em palanque oposto aos tucanos.
Prefeito interino (Beto Richa está de férias na Europa), Luciano Ducci evitou polemizar em cima das declarações de Alvaro Dias. Lembrou que o PSB é coligado com o PSDB desde a primeira eleição de Beto, tem o vereador Mario Celso como líder do prefeito na Câmara e estará com o tucano caso seja candidato ao governo. “Mas, apesar de ser um dos nomes mais fortes no cenário, ele ainda não confirmou ser candidato”, disse.
