Rompido com o governador Beto Richa (PSDB), o senador Alvaro Dias (PSDB) nega que esteja pensando em transferir seu domicílio eleitoral para concorrer ao governo do Distrito Federal, conforme foi noticiado na mídia nacional. “Nem sei se estarei vivo em 2014”, ironizou Alvaro, afirmando que não tem nenhum projeto político pessoal definido para as próximas eleições, quando termina seus oito anos de mandato no Senado.
Sem espaço no PSDB paranaense e já avisado sobre as intenções do presidente da Assembleia Legislativa e vice-presidente estadual do partido, Valdir Rossoni, de se candidatar ao Senado em 2014, Alvaro disse que nem pensa em eleição neste momento. “Não tenho a menor ideia do que vou fazer daqui a três anos. Só vou começar a pensar nisso em julho de 2013”, afirmou o senador tucano, justificando que a especulação sobre a mudança para o Distrito Federal surgiu no próprio ninho tucano, em Brasília. “Algumas pessoas pensaram nisso, mas é uma especulação que não tem fundamento”, disse.
Interesses subjacentes
A aproximação do PMDB paranaense com o PSDB, que pode se transformar em acordo eleitoral para 2014, não preocupa o senador. “Isso é circunstancial. Não se sustenta. Os interesses eleitorais acabam prevalecendo. Se o PMDB tiver um candidato forte ao governo não vai deixar de lançar. Além disso, esse governo está começando. Tudo pode ocorrer”, avaliou.
Para Alvaro, o acordo tucano-peemedebista no Paraná é um fenômeno que ocorre de maneira alargada em todo o País. “É a tentação que o poder exerce sobre os políticos, com honrosas exceções. É como se os políticos fossem mariposas, atraídas pelos refletores. É o que ocorre nos estados, nos municípios, na União. Não precisa ser um grande governo para atrair aliados. Basta ser governo”, criticou.
Alvaro disse que estes movimentos têm fragilizado a oposição em todas as esferas. “São os interesses subjacentes que desgastam a oposição”, comentou o senador, que garante não padecer do mesmo vício, ao se sentir confortável com sua forte marca de oposição ao governo federal. Tanto que, nas eleições de 2012, se o PSDB apoiar a candidatura de Luciano Ducci (PSB) às eleições, Alvaro adianta que manterá distância. Ele lembra que o PSB faz parte da base de apoio do governo Dilma Rousseff (PT). “Não posso participar de uma candidatura de um partido da base aliada do governo federal”, declarou.