O senador Alvaro Dias anunciou que não irá à reunião convocada para hoje pelo diretório estadual do PSDB, que apontará o pré-candidato do partido à disputa para o governo nas eleições deste ano.

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“A reunião afronta a legislação ao desrespeitar o calendário eleitoral estabelecido. Se combato a ilegal antecipação da campanha eleitoral, como poderia compactuar com essa ilegalidade?”, indagou o senador, que disputa a indicação com o prefeito Beto Richa (PSDB).

Em nota publicada no seu blog, Alvaro justificou sua ausência, citando a sentença do juiz da 21.ª Vara Cível de Curitiba, cujo entendimento foi que o encontro do PSDB não terá efeito legal e ressalvou que o resultado deve ser referendado em convenção no mês de junho.

“Não, não irei . A chamada pré-convenção que se realiza hoje, com a ausência da maioria dos convencionais, proibidos de opinar sobre os destinos do seu partido nas eleições deste ano, é absolutamente ilegal e não surtirá qualquer efeito, como sentencia o Dr. Rogério de Assis.”

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Desonestidade política

Alvaro questiona a legitimidade do encontro convocado pelo presidente do diretório estadual, deputado estadual Valdir Rossoni, que se posiciona a favor da candidatura do prefeito. “O colégio eleitoral constituído para a ilegal escolha é um prêmio à desonestidade política. Muitos sabemos em que circunstâncias e de que forma foi eleito o atual diretório. Com quais condições teve seu mandato prorrogado em agosto passado”, atacou o senador, citando que o acordo interno era para que a escolha do candidato ao governo se desse por meio de pesquisa de opinião pública com aval da direção nacional.

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“O comando partidário deixaria de ser comitê eleitoral de um só candidato. A escolha por esse processo espúrio subtrai os direitos dos convencionais não convidados e sobretudo da candidatura concorrente”, criticou.

Ajuda aos adversários

Elizabete Castro

O senador tucano Alvaro Dias acha que a reunião impõe o nome de Beto Richa como pré-candidato e ajuda ao palanque adversário nas eleições presidenciais. “A prefeitura de Curitiba passa para as mãos do PSB, do candidato à Presidência Ciro Gomes. O palanque de Dilma Rousseff passa a existir com a força da candidatura de Osmar Dias”, avaliou.

O parlamentar previu ainda a redução da bancada do PSDB na Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados e avaliou que o partido terá um desgaste que classificou como “irreversível” diante da renúncia de Beto Richa ao mandato de prefeito.

“A renúncia do prefeito, sem cumprir os compromissos com a população de Curitiba, é afronta que redundará em desgaste irreversível. O partido passa a percorrer itinerário de dificuldades para a imprevisível conquista do Governo Estadual. A primeira perda é a da prefeitura de Curitiba, depois pode vir a do governo estadual”, analisou.

Promessa de entendimento

Roger Pereira

É a terceira vez que os tucanos tentam fechar questão sobre o candidato. Desta vez, o presidente estadual do partido, deputado Valdir Rossoni, promete a definição.

Em 18 de janeiro, a cúpula tucana realizou uma reunião de executiva para tratar da candidatura. Apesar de Rossoni querer sair do encontro com o nome definido, o partido decidiu convocar uma reunião de diretório (mais ampla) para eleger o nome.

Marcada para o último dia 8, a reunião não ocorreu por interferência do presidente nacional do partido, senador Sérgio Guerra, que buscava entendimento entre Alvaro e Beto para evitar a disputa interna. Rossoni entã,o adiou a reunião por 15 dias, prazo dado para esse entendimento. “Mas não avançou nada”, disse o deputado.