A família Dias tem grandes chances de ocupar um ministério mesmo que Dilma Rousseff perca as eleições presidenciais. Preterido na escolha do PSDB para o candidato ao governo do Estado, o senador Alvaro Dias é um nome fortíssimo no ninho tucano nacional.

continua após a publicidade

Sua influência ficou comprovada quando chegou a ser confirmado como candidato a vice-presidente na chapa de José Serra (PSDB), o que só não ocorreu por pressão do DEM, partido aliado ao PSDB, que exigiu a vaga para Índio da Costa. A série de frustrações eleitorais credencia Alvaro a ter uma “compensação” em um eventual governo Serra.

Agência Senado
Alvaro: combativo no Senado.

A atuação do senador, como um dos mais ativos parlamentares de oposição no Congresso, comandando CPIs e sendo indicado para líder do PSDB no Senado, aliada à sua fidelidade à campanha de Serra (mesmo afastado da disputa no Paraná, coordenou ações da campanha tucana no restante do País) credenciam Alvaro para uma vaga no primeiro escalão de um governo tucano.

Contra o senador, pesam, apenas, as recentes desavenças com a cúpula tucana estadual. Alvaro desferiu duras críticas ao comando do PSDB do Paraná após a escolha de Beto Richa como candidato ao governo e, na reta final da campanha no primeiro turno, declarou voto em seu irmão, Osmar, contra o próprio partido, dizendo, ainda, que Osmar era mais competente e honesto que Beto e que o candidato tucano, hoje governador eleito do Paraná, havia traído o partido e o candidato José Serra por abandoná-lo no primeiro turno da campanha.

Arquivo
Scalco: velha guarda tucana.
continua após a publicidade

A participação de Alvaro nos eventos de campanha de Serra em Londrina, na última sexta-feira, ao lado de Beto, pode ser uma tentativa de reaproximação decisiva para a escolha do senador como ministro de Serra.

Pastas como a de Relações Institucionais e Esportes (embora seja desafeto do presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira) são as mais cotadas para Alvaro.

continua após a publicidade

Outro fator que pode atrapalhar a indicação de Alvaro Dias para um ministério é o fato de, se eleito, Serra correr o risco de ter minoria no Senado. Assim, perder um senador (Alvaro tem mais quatro anos de mandato) combativo, experiente e respeitado, pode não ser uma estratégia interessante para a articulação política do novo presidente.

Outro que pode ter a lealdade retribuída é o deputado federal Gustavo Fruet (PSDB). Com uma reeleição garantida para a Câmara, Fruet aceitou, às vésperas das convenções partidárias, disputar a eleição para o Senado, para preencher a vaga que o PSDB havia deixado aberta para Osmar Dias (PDT), que decidiu disputar a eleição para o governo do Estado.

Fruet, que havia se lançado como pré-candidato ao Senado, mas não conseguiu espaço porque o PSDB deixou as duas vagas para aliados de outros partidos (Osmar e Ricardo Barros – PP) foi para o sacrifício no último momento e quase conseguiu a segunda vaga no Senado, perdendo para Roberto Requião (PMDB) por um ponto percentual.

Sem mandato a partir do ano que vem, o deputado poderá ser contemplado com um ministério ou uma secretaria no governo Beto Richa. O PSDB do Paraná tem, ainda, uma figura que, nos bastidores, “só não será ministro se não quiser”.

O ex-ministro Euclides Scalco, da Secretaria-geral da Presidência da República de Fernando Henrique Cardoso é, até hoje, um dos tucanos mais influentes, ouvidos e respeitados no País. Resta saber se Scalco, que nos últimos anos preferiu ficar mais nos bastidores da política, terá i,nteresse em voltar a ocupar um cargo de primeiro escalão.