O senador Alvaro Dias (PSDB) afirmou a O Estado que está pronto para apoiar o deputado federal Gustavo Fruet ao governo do Paraná se o irmão, o senador Osmar Dias (PDT), não concorrer ao governo.
Alvaro afirmou que seria muito confortável para ele apoiar a aliança do PSDB com o PMDB do governador Roberto Requião e ser candidato dessa composição ao Senado, mas que considera melhor para o partido e à campanha do pré-candidato a presidente, Geraldo Alckmin, o caminho da candidatura própria no Paraná.
"Se o Gustavo sair candidato, ele terá o meu voto na convenção e o meu apoio na campanha", disse o senador, que resolveu reforçar a ala liderada pelo atual presidente do PSDB, deputado Valdir Rossoni, contra a aliança com o PMDB. "Sou favorável à candidatura própria. Nós temos a responsabilidade de oferecer uma alternativa à população", afirmou o senador.
Alvaro ressalvou que até a próxima segunda-feira, dia 19, o compromisso dele é com a candidatura de Osmar, que aguarda a posição da direção nacional do partido, na convenção da próxima segunda-feira. "Até lá, nada de novo vai acontecer. Conversei com todos os partidos e o compromisso está em pé", afirmou o senador, que é pré-candidato à reeleição ao Senado, embora venha sendo sondado para ser candidato ao governo pela direção nacional.
Obstáculos
Agência Senado |
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Gustavo Fruet quer Beto em tempo integral na campanha. |
Mas o apoio do senador Alvaro Dias e de Rossoni não é suficiente para garantir a derrota da tese da aliança com o PMDB, defendida pelo presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão. Gustavo impõe condições para aceitar a candidatura, que tornam mais tortuoso o caminho da candidatura própria.
Uma delas é que todas as principais lideranças do partido, Alvaro, o prefeito de Curitiba, Beto Richa, e o presidente da Assembléia Legislativa garantam que estarão unidos em torno da candidatura ao governo. Tucanos próximos a Beto garantem que suas divergências com Alvaro são quase incontornáveis.
A segunda exigência de Gustavo seria mais fácil de ser atendida. O Estado apurou que ele pediu para que o prefeito Beto Richa se licencie e se dedique integralmente à sua campanha. Beto teria concordado.
Passaporte
Gustavo disse que a unidade interna é base para uma candidatura própria. E que sem esse pressuposto não vai se aventurar em uma disputa "apenas para cumprir tabela" e preencher um vazio de última hora. O deputado tucano disse que tem a disposição de abrir mão de uma candidatura à reeleição em um bom momento da sua atuação na Câmara dos Deputados – ele se destacou como integrante da CPMI dos Correios – mas não pode prescindir do envolvimento de todos no projeto. "Essa união seria meu passaporte. Se o senador Osmar Dias não for candidato, acho que ainda há tempo para a unidade. Esse será o nosso desafio", afirmou.
O deputado federal tucano afirmou que não concorda com a coligação com o PMDB pelos motivos já conhecidos – Gustavo rompeu com o governador Roberto Requião – e que a possibilidade desse acordo eliminar boa parte da oposição ao governador nesta campanha eleitoral mostra o que chamou de "pobreza" da política do Paraná. "Há uma carência de idéias e de lideranças. É um momento muito pobre da nossa política", atacou Gustavo.
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