Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil |
Alvaro Dias: protesto. continua após a publicidade |
O líder da minoria no Senado, senador Alvaro Dias, manifestou surpresa ontem diante da notícia de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "orientou os líderes do governo a protelar as votações no Congresso". A preocupação de Lula, "é que a oposição vai repetir sempre que puder a tática de incluir nas medidas provisórias benefícios para a população que o governo não pode arcar, levando o presidente ao desgaste de ter que vetá-los".
De fato, a oposição conseguiu aprovar, no Congresso, um reajuste para os aposentados e pensionistas de 16,67%, contra os 5% propostos pelo governo. Segundo Alvaro Dias, Lula pode até desejar que o Congresso não vote nada mais, mas, como líder, tem o dever de fazer um apelo aos presidentes da Câmara e do Senado para que coloquem em pauta a deliberação sobre o veto presidencial aposto à medida provisória que trata do reajuste dos aposentados em 16,67%, lembrando que não se trata de aumento, mas de redução das perversas defasagens que vêm prejudicando os aposentados brasileiros desde 1991, quando as aposentadorias e pensões foram desvinculadas do salário mínimo.
Alvaro comentou ainda que, enquanto o presidente Lula alega que não tem recursos para manter o reajuste de 16,67% dos aposentados, o ex-líder sindical e atual ministro do Trabalho, Luiz Marinho, lança uma outra idéia: ao invés de defender os trabalhadores brasileiros, propõe que os recursos do FGTS – exatamente R$ 20 bilhões – sejam utilizados para financiar rodovias e ferrovias. "É preciso protestar, para evitar que recursos dos trabalhadores sejam usados para outros fins. Por que utilizar recursos do trabalhador se R$ 19,3 bilhões arrecadados por meio da Cide, criada especificamente para financiar esse tipo de obra, permanecem nos cofres do governo?", indagou Alvaro Dias.
O líder da oposição criticou ainda a missão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) enviada sexta-feira, pelo Palácio do Planalto, a La Paz, com o objetivo de iniciar negociações com o governo boliviano que permitirão à Bolívia importar produtos brasileiros e construir uma estrada ligando La Paz ao norte do país, a um custo estimado de US$ 600 milhões.