O senador Alvaro Dias (PSDB) disse ontem que, embora seja o favorito na eleição municipal deste ano, o prefeito Beto Richa (PSDB) não pode se descuidar na campanha eleitoral.
Para Alvaro, embora as pesquisas indiquem amplas chances de reeleição, Beto não pode subestimar adversários. ?Ele é inteligente para não fazer isso. Ele é o favorito e tem tudo para ganhar?, disse o senador.
Para Alvaro, a favor de Beto está ainda a falta de apelo eleitoral dos nomes cogitados pelo PMDB para disputar a prefeitura. ?Não creio que o PMDB tenha a esperança de ganhar a eleição. Nós sabemos que eles não têm um nome forte para disputar com o Beto Richa?, avaliou.
O senador disse ainda que a escolha do candidato a vice-prefeito na chapa da reeleição é uma prerrogativa do prefeito Beto Richa. Para Alvaro, o vice-prefeito deve ser, obrigatoriamente, um nome de confiança do titular do cargo. ?Há exemplos no Paraná e no Brasil que recomendam prudência nesta escolha?, disse o senador. Ele mesmo teve desentendimentos com o seu vice-governador, Ari Queiroz, quando dirigiu o estado entre 1985 a 1989. Devido ao conflito, Álvaro desistiu de concorrer ao Senado em 89 e permaneceu no governo.
A posição de Alvaro sobre o candidato a vice-prefeito foi expressada também pelo prefeito Beto Richa. A exemplo do que já tem dito, ontem, Beto repetiu que a palavra final sobre a definição do candidato a vice-prefeito será dele. Beto e Alvaro foram à Assembléia Legislativa no relançamento da biografia do ex-governador Ney Braga, escrita pelo jornalista Vanderley Rebelo.
Sobre uma candidatura ao governo em 2010, Alvaro desconversou. Disse que o tema é prematuro e acrescentou que está na hora de mudar a forma como os políticos apresentam seus projetos ao eleitor. ?Não seria inteligente se antecipar. O eleitor se define a seu tempo e nós temos que acabar com essa história de as pessoas se colocarem como candidatas. Temos que inverter o processo e ver se a população deseja a candidatura?, comentou.
Para o senador, os resultados eleitorais do passado também não são determinantes para uma decisão como essa. Ele fez esse comentário quando questionado se o resultado da eleição de 2006 não credenciou o seu irmão, senador Osmar Dias (PDT), para ser candidato novamente em 2010.
Alvaro entende que cada eleição tem uma conjuntura particular e que o ganho de uma disputa não se transfere para a seguinte. ?O que vale é a eleição de 2010?, afirmou o senador, lembrando que, na disputa de 1985, obteve 68% dos votos para o governo. E que hoje, esse patrimônio não vale para uma nova eleição.