O líder da oposição no Senado, Alvaro Dias (PSDB-PR), entrou com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir a anulação dos “jabutis” inseridos na Medida Provisória 678/2015, que prevê o uso do Regime Diferenciado de Contratações (RDC) para obras de infraestrutura, eliminando o rito da Lei de Licitações, mais rigoroso, previsto para essas contratações. A proposta, aprovada pelo Congresso no fim do mês passado, está pendente de sanção da presidente Dilma Rousseff.

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O tucano argumentou que a MP, originalmente editada para aplicar o RDC para ações no âmbito da Segurança Pública, recebeu 72 emendas de temas que não teriam relação com o objeto inicial.

Entre os jabutis, Dias citou que novas hipóteses de aplicação do RDC foram inseridas durante a tramitação no Legislativo, como a permissão de “obras e serviços de engenharia relacionados a melhorias na mobilidade urbana ou ampliação de infraestrutura logística, até mesmo regulamentando casos de licitações para locação de imóveis para uso público”.

O texto encaminhado para análise de Dilma também modifica prazo para os municípios encerrarem os chamados lixões e até institui benefícios para renegociação de dívidas do programa Proálcool, beneficiando produtores rurais.

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“Com efeito, é evidente a situação de contrabando legislativo, que implicou verdadeira deturpação do processo legislativo constitucional”, afirmou Alvaro Dias.

Na ação, o tucano lembrou que recentemente o STF proibiu o Congresso de incluir assuntos em medidas provisórias que não tenham pertinência temática com a norma editada. Ele destacou que os termos da decisão do Supremo eram conhecidos dos senadores, uma vez que chegaram até a discutir o alcance da posição da Corte. “Ou seja, não há sequer como se alegar que os mesmos não tinham tomado ciência da decretação de inconstitucionalidade”, observou.

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No mandado de segurança, distribuído para o ministro do STF Luís Roberto Barroso, o líder da oposição pede a concessão de uma liminar para suspender os efeitos da MP ou, pelo menos, dos contrabandos da MP até o julgamento final da ação. No mérito, o tucano quer a anulação de toda a MP ou, no mínimo, das alterações de matérias estranhas ao objeto original introduzido.