Foto: Agência Senado |
Alvaro Dias: ?É muito cedo e não é bom para o estado antecipar o processo eleitoral?. continua após a publicidade |
De volta de uma temporada de estudos nos Estados Unidos, o senador Alvaro Dias (PSDB) disse ontem que não está disposto a discutir agora as alianças eleitorais para 2010.
Para o senador tucano, que está licenciado e reassume sua cadeira apenas em agosto, a prioridade é definir as composições para as eleições municipais de 2008. ?É um desapreço à população antecipar as coisas. É muito cedo e não é bom para o Estado antecipar o processo eleitoral. Com isso, você inviabiliza as ações de soma entre as várias forças políticas?, declarou.
O senador disse que respeita a iniciativa do prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), e do senador Osmar Dias (PDT), que já começaram a discutir uma aliança eleitoral para 2008 que possa valer também para a sucessão estadual de 2010, mas não compartilha dessa posição. ?Respeito as iniciativas de tentar o entendimento político. Mas também é legítimo que eu tenha minha posição. Eu não participo de articulações políticas visando 2010. Nem sei se vou estar vivo até lá?, ironizou.
Alvaro acha que há várias etapas que os partidos devem cumprir antes de alinhavar acordos para daqui a três anos. ?As pessoas têm que ser consultadas. As lideranças têm que ser respeitadas. Ninguém pode ser ignorado. Decisão de cima para baixo não tem sucesso?, declarou. E acrescentou que dois anos em política é um tempo considerável em que pode desabar qualquer projeto pré-acordado. ?Nem a mãe Diná adivinha o que ocorrerá em 2010. Desejo é uma coisa. Deles (referindo-se a Beto e Osmar ) e meu também, de manter um projeto de alianças que fortaleça o partido. Mas seis meses em política é uma eternidade?, disse.
Foco nacional
Integrante da executiva nacional do PSDB, Alvaro disse que tem direcionado suas ações para a política nacional e que não tem se preocupado em fazer oposição ao governo estadual. Nem por isso pensa em deixar o PSDB, garantiu o senador, negando que cogite se filiar ao PMDB, como defendem alguns aliados do governador Roberto Requião. ?Não estou pensando nisso?, disse o senador, embora admita que tenha um bom relacionamento com a maior parte do PMDB. ?Eu governei o Paraná com o PMDB. Eles são amigos e companheiros de longa data. O respeito foi preservado?, disse o senador.
Para Alvaro, foi de pouca eficácia a ordem geral da direção estadual do PSDB, que se declarou de oposição ao governo e ameaçou de expulsão os deputados aliados a Requião. ?Quem não fazia antes, não faz agora. E quem fazia, continuou fazendo. Na Assembléia Legislativa, sempre foi assim. É histórico. Os deputados precisam do apoio do Executivo e se sentem impotentes quando não têm. O PSDB apoiou o governo durante os quatro anos anteriores?, citou o senador.
Afastamento
Alvaro defendeu o afastamento do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), até que se concluam as apurações das denúncias feitas contra ele de envolvimento com um lobista da construtora Mendes Júnior, que pagou despesas pessoais do parlamentar. ?É um caso de repercussão nacional. A medida mais prudente seria ele sair agora, porque as instituições devem pairar sobre os ocupantes dos mandatos?, afirmou o senador tucano.